
ambiente
Estudo da Deco
Das 50 localidades analisadas pela Deco, 12 revelaram ter fornecido, em 2004, água de fraca qualidade ou mesmo imprópria para consumo aos respectivos clientes. Embora, de um modo geral, a água consumida em Portugal seja de qualidade, «ainda há localidades onde persistem problemas de contaminação», revela um estudo da Deco que será publicado na edição de Março da revista Proteste.
A associação de consumidores utilizou, para o estudo, os dados do relatório publicado pelo Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR), relativo a 2004, e os resultados de análises complementares que efectuou em 2005.
Dos 50 concelhos analisados, Aguiar da Beira, Arouca, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Montalegre, Murça, Nordeste, Pinhel, Povoação, Sabugal, Valpaços e Vila Franca do Campo foram os mais problemáticos. «Tal deveu-se a muitas análises em falta e/ou por terem ultrapassado os valores legais definidos para alguns parâmetros e, pelo menos, nalguns períodos de 2004, fornecido água de fraca qualidade ou imprópria aos respectivos munícipes», refere.
Os resultados oficiais revelam que os principais problemas a nível nacional são a contaminação bacteriológica e excesso de ferro, arsénio, manganês e alumínio. Regra geral, as falhas verificam-se em concelhos com uma reduzida população, dispersa por uma vasta área, com um elevado número de zonas de abastecimento e, sobretudo, situados no interior norte.
A Deco encontrou cloratos e cloritos - que podem influenciar a oxidação dos glóbulos vermelhos - em quantidades superiores às recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na água de Beja, Sabugal e Vila Velha de Ródão. As micobactérias só foram detectadas na água de Nordeste. Por fim, Valença e Valpaços revelaram valores elevados de endotoxinas, «que não devem ser ignorados».