Coca-cola fabrica primeira garrafa que incorpora plástico retirado do mar

Coca-cola fabrica primeira garrafa que incorpora plástico retirado do mar

A Coca-Cola apresentou esta semana a primeira garrafa no mundo fabricada com plástico reciclado proveniente de lixo marinho recolhido através dos ‘Mares Circulares’, um “projeto de sensibilização para a problemática do lixo marinho com intervenção em limpeza de costas, praias e fundos marinhos que tem implementado em Portugal e Espanha”, revela a empresa.

Graças ao trabalho conjunto desenvolvido, também em parceria com a Ioniqa Technologies e Indorama Ventures, conseguiu-se fabricar cerca de 300 garrafas utilizando 25 por cento de plástico reciclado, proveniente de praias e fundos marinhos.

“Estas garrafas demonstram a capacidade das inovadoras e revolucionárias técnicas de reciclagem que permitiram transformar um plástico PET muito degradado em matéria prima de alta qualidade. São, assim, as primeiras garrafas no mundo fabricadas com material proveniente de plástico marinho e aptas para serem utilizadas em alimentação e bebidas”, garante a empresa.  

Em 2017, a Coca-Cola lançou o  ‘Avançamos’, a sua estratégia de sustentabilidade para a Europa Ocidental que tem como principais objetivos, para 2025, recolher e reciclar o equivalente a 100 por cento das garrafas ou latas que comercializa. A marca quer que todas as suas embalagens sejam 100 por cento recicláveis e pretende ainda assegurar que as suas garrafas de plástico contêm, pelo menos, 50 por cento de PET reciclado em 2022.

A Coca-Cola atualizou os seus objetivos relativamente a embalagens sustentáveis na Europa Ocidental, e pretende eliminar o plástico desnecessário ou difícil de reciclar do seu portefólio, através do aperfeiçoamento de embalagens e da eliminação das embalagens secundárias de plástico (filme retrátil e anilhas de plástico nos packs de latas e garrafas de PET 500 ml).

“Isto representará a eliminação de mais de 11.000 toneladas de plástico por ano na Europa Ocidental, 2.600 das quais na divisão ibérica, a partir de 2020”, exemplifica a empresa.

Além disso, a Coca-Cola eliminará este outono o plástico que atualmente reveste os packs de latas de 200 ml ou mini-cans, substituindo-o por cartão com certificado PEFC - o sistema de certificação florestal mais utilizado a nível mundial que assegura a sustentabilidade florestal. Esta medida representa a eliminação, a partir de 2020, de 1.380 toneladas de plástico na sua cadeia de fornecimento na Ibéria.

Bruno van Gompel, diretor técnico e de cadeia de fornecimento da The Coca-Cola Company na Europa Ocidental, sublinha que as novas tecnologias de melhoria da reciclagem são extremamente interessantes, não apenas para a empresa, mas para a indústria e sociedade em geral. “À medida que começarem a ser utilizadas numa escala maior, veremos todo o tipo de plástico usado a ser devolvido como novo, uma e outra vez, reduzindo e evitando que grandes quantidades de resíduos cheguem às incineradoras e aterros”, acrescenta Van Gompel”.

Em 2019, a Coca-Cola já investiu 180 milhões de euros tanto na conceção de novas embalagens e operações como na procura de soluções para embalagens mais sustentáveis na Europa.

A Coca-Cola criou recentemente o Packaging Innovation Hub, cujo objetivo é acelerar a inovação e investir em soluções de embalagens sustentáveis na Europa Ocidental, assim como procurar embalagens alternativas para o futuro, tais como garrafas fabricadas com papel, biomateriais, inclusivamente alternativas de packaging free, como os equipamentos Freestyle ou soluções de micro-dosagem.

Na procura de soluções em matéria de reciclagem, a The Coca-Cola Company anunciou em 2018 um acordo com a Ioniqa Technologies para facilitar o desenvolvimento da tecnologia patenteada pela empresa para produzir plástico PET reciclado de alta qualidade e apto para uso alimentar a partir de resíduos de plástico muito degradados e difíceis de reciclar.

Yash Lohia, da Indorama Ventures, sublinha que a colaboração entre novas empresas focadas na melhoria das tecnologias de reciclagem permite a redefinição do futuro das embalagens de plástico, assegurando que nada se desperdiça. “O PET de qualquer tipo pode agora ser reciclado e transformar-se num material de melhor qualidade”.

A técnica de reciclagem utilizada no fabrico destas garrafas baseia-se na despolimerização, um processo químico que permite descompor e melhorar o plástico PET de baixa qualidade, eliminando as suas impurezas e transformando-o em plástico PET de grande valor apto para uso alimentar. “Esta é uma revolução, uma vez que permite que os plásticos muito degradados, assim como os que não são transparentes, possam ser reciclados e transformados novamente em garrafas”, vinca.

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