
EGF reforça presença no conselho de administração da Valorsul após privatização
A EGF (Empresa Geral de Fomento), adquirida pelo consórcio SUMA/ Mota Engil no âmbito da privatização recentemente concretizada, aumentou a presença no conselho de administração da Valorsul.
A Empresa Geral de Fomento passou a ter nove representantes no conselho de administração da Valorsul quando até aqui tinha apenas seis. Os municípios, que tinham seis, mantêm este número, mas perdem representatividade, uma situação que o município de Loures lamenta, já que este órgão “deixou de ser paritário”.
O accionista maioritário da Valorsul é a EGF mas, até aqui, o conselho de administração integrava de forma equilibrada seis accionistas representantes da EGF e outros seis representantes dos municípios. Com esta mudança as autarquias servidas pelo sistema perderam representatividade neste órgão embora sejam accionistas minoritários.
Na passada quinta-feira realizou-se a primeira assembleia geral de accionistas após a privatização da EGF e no dia seguinte, sexta-feira, a primeira reunião do conselho de administração da empresa.
Loures queixa-se ainda que o accionista maioritário afastou os municípios da gestão corrente da sociedade ao “não eleger uma comissão executiva com representantes municipais, conforme estabelecido no acordo parassocial”.
“Esta situação, que aprofunda ainda mais o poder do accionista maioritário EGF em detrimento dos accionistas municipais, só foi possível porque o governo não soube e não quis acautelar o interesse público que impunha a obrigatoriedade do cumprimento do acordo parassocial da Valorsul pelo accionista privado”, lamenta o município de Loures em comunicado.
Existem ainda, sublinha o município, “muitos processos judiciais pendentes que poderão vir a pôr em causa esta decisão” e nomeadamente “reverter esta privatização que impediu os municípios de ficarem com a maioria do capital da empresa”.
O consórcio SUMA/ Mota Engil venceu o concurso internacional lançado em Setembro de 2014 para a privatização da EGF, mas só em final de Julho deste ano a Autoridade da Concorrência deu luz verde à operação. O presidente da EGF, que é o mesmo da Valorsul, é o administrador da SUMA, Jorge Rodrigues.
Ana Santiago