
Famílias que reciclam na Maia vão ter direito a estacionamento gratuito (EXCLUSIVO)
As famílias que reciclam no município da Maia vão ter direito a horas de estacionamento gratuito, já a partir do próximo mês, como forma de compensação pelo esforço, apurou o Ambiente Online.
A Lipor e a Maiambiente iniciaram em Julho de 2014 a implementação do projecto-piloto PAYT (Pay As You Trow/ Pagar pelos resíduos produzidos).
Numa altura em que os benefícios da reciclagem, no âmbito deste projecto, não são ainda sentidos, nomeadamente na redução da tarifa dos resíduos sólidos, que continua indexada ao consumo da água, os munícipes que integram o projecto vão passar a ter esta benesse como forma de incentivo à reciclagem.
“Se reciclei de forma correcta vou ganhar um crédito de uma hora de estacionamento gratuito como contrapartida”, exemplifica Paulo Rodrigues, da Lipor, responsável pela implementação do projecto PAYT na Maia.
Paulo Rodrigues esclarece que esta compensação em forma de crédito de estacionamento deve avançar já no próximo mês. A forma como os munícipes serão informados do crédito acumulado, via sms, está a ser ultimada com a Empresa Municipal de Estacionamento da Maia.
O objectivo do PAYT é potenciar a redução de resíduos, o consumo sustentável, a reciclagem e a valorização multimaterial através de um sistema que garanta a equidade e sustentabilidade financeira.
Neste momento o projecto-piloto abrange aproximadamente 1500 famílias da Maia, ou seja, cerca de 4500 habitantes.
Para este efeito foram colocados ecopontos inteligentes na via pública (do tipo Cyclea e Molok), que abrangem 200 habitações, ou seja 600 habitantes, assim como nos compartimentos (Casas do Lixo) das habitações em altura, que abrangem 350 habitações, ou seja, mil habitantes. As restantes 950 são habitações unifamiliares já abrangidas pelo projecto Ecoponto em Casa implementado pela Maiambiente (alocação de quatro contentores individuais com RFID – chip).
Estes equipamentos permitem identificar o utilizador e relacioná-lo com os resíduos que produz, possibilitando a monitorização do processo. “Através de um sistema de identificador de utilizador e tômbola para a deposição de resíduos é possível monitorizar e quantificar a produção individual de resíduos. Cada família tem um cartão de acesso que lhe permite abrir o equipamento e depositar os resíduos”, explica Paulo Rodrigues.
Em simultâneo o utilizador também monitoriza a sua produção de resíduos e de que forma o seu comportamento pode influenciar na tarifa através de um Portal de Gestão. Por enquanto essa ferramenta ainda é virtual mas passará a ser efectiva em 2015, adianta Paulo Rodrigues ao Ambiente Online.
“Essa será uma das mais-valias de um sistema como o da Lipor. Não é um sistema pensado só para a gestão mas também para o utilizador. Porque no final é o cidadão que pode fazer a diferença”, sublinha.
Paulo Rodrigues garante que a análise dos comportamentos das famílias, desde Julho. permite perceber que há “um potencial de crescimento da reciclagem elevado”, que alguns tipos de incentivos, sobretudo o financeiro, com a redução das tarifas, podem aumentar.
Ana Santiago