Orgânicos no 12º Fórum de Resíduos: Lisboa avança com recolha em 2019

Orgânicos no 12º Fórum de Resíduos: Lisboa avança com recolha em 2019

Em fevereiro de 2019 Lisboa vai avançar com a recolha seletiva de resíduos orgânicos no setor habitacional, um dos grandes temas que estará em análise no 12º Fórum Nacional de Resíduos, que decorre de 18 a 19 de abril, em Lisboa.

A recolha seletiva de resíduos orgânicos será obrigatória até 2023, de acordo com a nova diretiva de resíduos ainda em negociação, apesar de Portugal nunca ter contemplado esta estratégia, pelo que se torna fulcral a discussão da temática no 12º Fórum Nacional de Resíduos.

Lisboa perfilou-se desde logo na linha da frente nesta matéria no setor não doméstico. O município já assegura a recolha de resíduos orgânicos em 2.300 estabelecimentos do canal Horeca (restauração, hotelaria e similares) e a partir do próximo mês de junho irá passar a integrar mais 150, revela ao Água&Ambiente na Hora o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro.

Existem atualmente 13 circuitos de recolha porta-a-porta de resíduos, seis vezes por semana, e ainda um circuito que se realiza aos domingos em determinadas áreas da cidade, nomeadamente na Baixa e em Belém.

Em 2017 a Câmara Municipal de Lisboa recolheu 72 toneladas de resíduos orgânicos por dia, que foram encaminhados para valorização orgânica, produzindo energia elétrica e composto orgânico, que pode ser utilizado como fertilizante em parques e jardins municipais.

O passo mais difícil – a recolha seletiva de resíduos orgânicos porta–a-porta no setor doméstico – vai ser dado em fevereiro de 2019 e abrangerá 6.700 fogos lisboetas.

A autarquia contemplou esta medida no “Plano Municipal de Gestão de Resíduos do Município de Lisboa” e no “PAPERSU 2020 - Plano de Ação para o cumprimento do PERSU 2020”, mas o Projeto FORCE, financiado pela União Europeia, “veio alavancar esta intenção da Câmara Municipal de Lisboa, financiando todas as campanhas de sensibilização a realizar neste âmbito e os recursos humanos envolvidos na implementação deste projeto”, entre outras medidas, explica o autarca.

A ideia é implementar a recolha seletiva porta-a-porta em condomínios com “casas de lixo” com dimensões suficientes para armazenar pelo menos mais um contentor para resíduos orgânicos, além dos contentores já existentes para resíduos indiferenciados, papel e embalagens que também são recolhidos porta-a-porta.

"Os condomínios que reúnem estas condições são recentes e estão localizados sobretudo no Alto do Lumiar, Telheiras, Carnide, São Domingos de Benfica, Alvalade, entre outros locais, mas as áreas a servir nesta primeira fase ainda não estão fechadas", salienta o vice-presidente da autarquia.

Além dos contentores para resíduos orgânicos que irão ser entregues a cada prédio a câmara vai fazer campanhas de sensibilização porta-a-porta e entregar em cada habitação baldes-brinde e informação sobre os dias de recolha para cada tipo de material. O objetivo é fomentar a separação dos resíduos orgânicos.

A periodicidade da recolha ainda está em discussão, mas uma certeza existe:  “Terá de ter uma frequência de recolha necessariamente mais elevada do que nos países da Europa do Norte”, adianta Duarte Cordeiro.

O projeto FORCE que foi financiado pela União Europeia para os 22 parceiros europeus é de 9,7 milhões de euros. O cluster de Lisboa irá receber 1,9 milhões de euros e a câmara cerca de 1,5 milhões de euros para implementar um conjunto de medidas que estão previstas no projeto.

APP VAI MONITORIZAR EXCEDENTES ALIMENTARES

Para a Prevenção do Desperdício Alimentar, também no âmbito do projeto FORCE, a Câmara Municipal de Lisboa pretende desenvolver uma aplicação (App Online Network Tool) inovadora que irá gerir simultaneamente informação relativa aos excedentes alimentares (perecíveis e de curta duração) a recuperar e a redistribuir. Estarão envolvidos no projeto supermercados, grandes empresas, restaurantes, hotéis, empresas de catering, como dadores, e ainda Juntas de Freguesia, Instituições Particuladores de Solidariedade Social e Organizações Não Governamentais, como beneficiários.

"A aplicação irá também gerir informação sobre os circuitos de remoção de resíduos orgânicos da Câmara Municipal de Lisboa e sobre o composto produzido na Estação de Tratamento e Valorização Orgânica da Valorsul, fechando assim o ciclo dos orgânicos", salienta Duarte Cordeiro.  

COMPOSTAGEM DOMÉSTICA EM QUATRO MIL FOGOS

No próximo mês de maio a câmara de Lisboa arranca com o projeto de compostagem doméstica e comunitária que abrangerá quatro mil fogos.

“O município irá entregar compostores e dar formação a todos os munícipes residentes em Lisboa que estejam interessados em fazer compostagem nas suas casas e que tenham condições para o fazer, ou seja, a todos aqueles que residam em moradias com jardim, em condomínios fechados com jardim e ainda que residam em prédios com logradouro ou quintal”, remata Duarte Cordeiro.  

A temática incontornável dos resíduos orgânicos vai ser analisada em detalhe no 12.º Fórum Nacional de Resíduos, onde tudo vai acontecer.

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