Parque das Nações: o protetorado de Lisboa sem lixo nas ruas

Parque das Nações: o protetorado de Lisboa sem lixo nas ruas

Os cerca de 22 mil habitantes do Parque das Nações, a mais recente freguesia do município de Lisboa, não sofreram nas últimas semanas os dissabores da greve à recolha do lixo na capital. Isto deve-se ao facto de nesta zona da cidade ter sido instalado um Sistema Automático de Recolha de lixo gerido por uma empresa privada - a Envac Ibérica. Trata-se de um caso único no país, apesar de já funcionarem sistemas idênticos em mais de cinquenta cidades do mundo. Ainda assim, e até ao ano passado, o Parque das Nações tinha o maior sistema operacional da actualidade.

Nesta zona da capital, o lixo doméstico não é deitado em contentores, mas sim nas condutas instaladas nos diferentes andares dos prédios. Aí, inicia uma viagem a grande velocidade pela tubagem vertical e horizontal instalada aquando da construção da Expo 98. O sistema assemelha-se a uma espécie de aspirador gigante de vários braços que liga todos os apartamentos e edifícios do Parque das Nações e que suga os sacos do lixo, transportando-os até às centrais de armazenamento de resíduos. A rede de tubagens horizontais está ligada às condutas verticais dos edifícios e aos pontos de recolha interiores, localizados nos edifícios, ou no exterior, nos locais públicos. O lixo depositado nas bocas colectoras dos edifícios é aspirado por uma corrente de ar que circula dentro da tubagem a uma velocidade próxima dos 20 metros por segundo, podendo atingir os 70 quilómetros por hora. Nesta montanha-russa para resíduos, os sacos de lixo deslocam-se ao longo de dois quilómetros até à central de recolha – três no total.

Este sistema, implementado de raiz na exposição mundial, praticamente não necessita de intervenção humana. O processo é controlado por computador, que comanda a abertura e fecho de válvulas, sem que haja contacto com o lixo. E não pára, nem faz greves. Quando surge um problema, ele é imediatamente assinalado na sala de controlo e, na maior parte dos casos, resolvido à distância.

 Os resíduos que chegam à central são compactados e armazenados. É apenas neste momento que entram em cena os camiões de recolha do lixo, que transportam o lixo orgânico para aterro e o lixo reciclável para valorização.

O lado negativo do conforto

Apesar de ser um sistema inovador, o Parque das Nações tem tido desempenhos inferiores à média da capital no que toque aos números da reciclagem, o que levou a Câmara de Lisboa a iniciar uma campanha de sensibilização recentemente. Uma das razões apontadas para este comportamento prende-se com as regras da recolha selectiva. Nesta zona do município, a recolha é feita em dias alternados, por fileira de reciclado. 

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