Quercus em guerra interna

A Quercus, a mais importante e conhecida associação ambientalista portuguesa, vive dias de guerra interna. Tudo começou com as eleições para os novos corpos sociais que se realizaram no último mês de Março, soube o Ambiente Online em primeira mão.

Antes do acto eleitoral a Quercus registou inúmeras novas inscrições de associados que vieram a apoiar a nova direcção nacional presente ao acto eleitoral.

A actuação de João Branco, o novo presidente, está a gerar o descontentamento de nomes fortes da Quercus.

A gravidade da situação é tal que especialistas da Quercus, entre funcionários e voluntários, em rota de colisão com a nova direcção nacional vão mesmo criar uma outra associação ambientalista no início de 2016, confirmou o Ambiente Online.

Os colaboradores contestam algumas decisões da actual direcção nacional, nomeadamente a de não renovar os contratos com alguns colaboradores.  

João Branco, contactado pelo Ambiente Online, justifica esta opção dizendo que não podia renovar contratos sem verbas asseguradas sob pena de colocar em causa a sustentabilidade da associação que anualmente, só em vencimentos, despende 600 mil euros.

Há quem fale em “assédio moral” dentro da Quercus por parte do presidente, mas João Branco desvaloriza as queixas dizendo que se trata de um ataque levado a cabo por um grupo de pessoas que “não sabe viver em democracia e não sabe perder eleições”, defende-se.

“É melhor mesmo que estes elementos deixem a associação já que a estão a prejudicar ao tentar denegrir a imagem do presidente e da associação e em alguns casos fazendo projectos para outras associações”, denuncia por seu lado.  

Os funcionários e voluntários de saída, que preferem não ser identificados, falam mesmo numa caça aos associados para garantir mais votos à lista B, que saiu vencedora nas últimas eleições com um total de 201 votos contra os 85 votos da lista A, mas João Branco lembra que não fez mais do que prevêem os estatutos da Quercus: captar mais associados.