Reutilização é a alternativa ao plástico descartável

Reutilização é a alternativa ao plástico descartável

A alternativa ao plástico descartável é a reutilização. Esta é a conclusão do relatório The Reusable solutions: how governments can help stop single-use plastic pollution, preparado pelas coligações Break Free From Plastic Europe e Rethink Plastic Alliance, a que a associação ambientalista ZERO pertence.

“Existem muitas iniciativas em diversas áreas que, no terreno, demonstram o impacto positivo que podem ter na poupança de recursos. Contudo, é fundamental apoiá-las através de políticas públicas bem desenhadas, no sentido de as tornar acessíveis e apetecíveis para os cidadãos, ao mesmo tempo que se penalizam as alternativas descartáveis, independentemente do material em que são produzidas”, sublinha a associação ambientalista.

O copo reutilizável ‘ReCup’, uma das soluções já implementadas, é usado em cerca de três mil estabelecimentos em mais de 450 cidades na Alemanha, exemplifica a ZERO. Os cidadãos pagam um euro de depósito pelo copo, que lhes é devolvido quando o entregam num dos estabelecimentos da rede. São já meio milhão de copos a circular e cada um pode ser reutilizado 500 vezes.

Todos os anos, em Bruxelas, 1500 quilos de resíduos de embalagem são evitados todos os anos graças à iniciativa “Tiffin”, que providencia soluções reutilizáveis para o take away em metal, e que já tem mais de mil utilizadores. Também poupa 20 mil euros em embalagens descartáveis para take away, que deixam de ser necessárias.

Os sistemas de depósito para soluções reutilizáveis resultam igualmente, segundo a associação. Na Alemanha, 99 por cento das garrafas de bebidas reutilizáveis em vidro, são devolvidas para limpeza e reenchimento, ação que pode repetir-se até 50 vezes.

“Promover as soluções reutilizáveis permitirá a Portugal reduzir de forma significativa a poluição resultante da utilização do descartável, reduzirá os custos dos municípios com a limpeza do espaço público e promoverá o emprego local”, observa a ZERO.

A associação propõe um conjunto de medidas de política pública que passa, desde logo, por legislação que torne obrigatória a utilização de pratos, copos e outros utensílios reutilizáveis nos restaurantes, sempre que o consumo seja feito no local.

A associação sugere ainda que se estabeleça um objetivo nacional de redução do consumo de copos e recipientes para comida descartáveis (take away), de 50 por cento até 2025 e de 80 por cento até 2030

Outras propostas incluem a introdução do sistemas de depósito para embalagens e utensílios reutilizáveis, como embalagens de bebidas, copos e recipientes para comida, e a aplicação de taxas a soluções descartáveis, como copos de café. Para a ZERO é importante assegurar que os produtos e embalagens sujeitos a restrições de mercado no âmbito da Diretiva sobre Plásticos de Uso Único (utensílios, pratos, palhinhas, etc.) são substituídos por soluções reutilizáveis e não por "outros materiais descartáveis (por exemplo, o bamboo), muitas vezes não recicláveis, que promovem o mesmo modelo linear de desperdício de recursos".

A associação sugere que se introduzam incentivos para assegurar o apoio financeiro à entrada no mercado das soluções reutilizáveis, por exemplo, na área da higienização assegurando, ao mesmo tempo, “que ao nível da responsabilidade alargada do produtor as soluções reutilizáveis são incentivadas e as descartáveis penalizadas”. A ZERO chama ainda a atenção para a necessidade de rever as regras das compras públicas, no sentido de “integrar e incentivar as soluções reutilizáveis”.

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