Trabalhadores do sector dos resíduos exigem “paragem da privatização da EGF”

Trabalhadores do sector dos resíduos exigem “paragem da privatização da EGF”

Centenas de trabalhadores do sector dos resíduos de várias autarquias da Área Metropolitana de Lisboa manifestaram-se hoje contra a venda da Empresa Geral de Fomento (EGF), braço dos resíduos do grupo Águas de Portugal.

O protesto, convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (STAL), que se iniciou no Largo do Rato e seguiu até ao Conselho de Ministros, terminou com a aprovação de uma resolução pela “defesa da gestão pública dos resíduos”. Os trabalhadores exigem “a paragem imediata do processo de privatização, mantendo a EGF na esfera pública, condição essencial para assegurar uma política de resíduos determinada pelos interesses das populações e por razões ambientais e não pelo lucro”, defendem.

Segundo a resolução o grupo possui “um património avaliado em cerca de mil milhões de euros”, tecnologia avançada e trabalhadores qualificados. “O Governo espera arrecadar com a venda da EGF 150 milhões de euros (a que acrescem 200 milhões da dívida). Um montante irrisório e que será facilmente recuperado pelo privado e o Estado perde para sempre uma fonte de receita, agravando o desequilíbrio das contas públicas”, criticam.

O investimento público, nacional e comunitário efectuado nas últimas décadas ascendeu a dois mil milhões de euros, o que permitiu alargar a recolha de resíduos a 100 por cento da população portuguesa. “Interrompendo este percurso, o Governo decidiu privatizar a EGF, medida que rejeitamos e consideramos altamente lesiva dos interesses do país, dos municípios, das populações e trabalhadores”, denunciam.

A EGF tem lucros acumulados nos últimos três anos na ordem dos 62 milhões de euros, movimentando anualmente perto de 170 milhões de euros. Os trabalhadores lembram que a EGF domina 65 por cento do total nacional de resíduos urbanos, por via das 11 empresas de recolha, tratamento e valorização de resíduos, criadas em conjunto com os municípios – 174 no total, que servem 63 por cento da população e empregam perto de dois mil trabalhadores.

A 18 de Setembro o Governo aprovou a venda da EGF à Mota-Engil, através da participada SUMA, apesar do processo de venda estar ainda a ser contestado em tribunal, nomeadamente com providências cautelares apoiadas por vários municípios.

Topo
Este site utiliza cookies da Google para disponibilizar os respetivos serviços e para analisar o tráfego. O seu endereço IP e agente do utilizador são partilhados com a Google, bem como o desempenho e a métrica de segurança, para assegurar a qualidade do serviço, gerar as estatísticas de utilização e detetar e resolver abusos de endereço.