ZERO exige rigor para a reduções de emissões de CO2 dos automóveis

ZERO exige rigor para a reduções de emissões de CO2 dos automóveis

A Comissão Europeia descobriu evidências de manipulação dos resultados do novo teste para as emissões de dióxido de carbono (CO2), de acordo com documentos obtidos pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente (Transport & Environment), alerta a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável.

A indústria automóvel – segundo Francisco Ferreira, presidente desta ONG para a protecção ambiental - está agora a inflacionar os resultados de poupança de combustível/emissões CO2, o que pode eventualmente reduzir em mais da metade a dificuldade de cada fabricante para atingir as metas de CO2 a atingir em 2025.

O surgimento de um novo teste de medição das emissões de CO2 será o pretexto para que os objetivos a atingir pelos fabricantes de automóveis sejam substancialmente suavizados. O novo teste WLTP – Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure é mais exigente que o actual NEDC – New European Driving Cycle e é por este último que foi determinada a meta de emissões, imperativa para 2021, de 95gCO/Km. Testando com o WLTP os valores serão mais elevados e tornar-se-ão a referência para o futuro.

Isto dará lugar a um “novo 95” como simplifica Francisco Ferreira. Logo aos fabricantes interessa inflacionar os valores de emissões medidos em WLTP, porque será destes que sairá a referência 2021. A linha base de 95 em NEDC será equivalente a um valor superior em WLTP e será desta última linha base equivalente que incidirá uma redução de 15% para 2025.

Segundo os documentos da Comissão – referidos pela Zero – há evidência de os fabricantes estarem a desligar a função “start-stop". Para além disso, estão a ajustar os padrões de mudança de velocidades e a usar baterias usadas para queimar mais combustível e emitir mais CO2. Com estes artifícios, os fabricantes declaram valores de emissão de CO2 superiores aos realmente medidos, inflacionando os valores oficiais de emissão. Deste modo tornar-se-á mais fácil manter os veículos diesel no mercado em detrimento dos elétricos, uma vez que as emissões já estão próximas das obtidas atualmente.

No entanto – diz a Zero - à medida que maiores emissões de CO2 resultam em impostos mais altos cobrados por um veículo, há um risco para cada fabricante de que os seus veículos sejam taxados mais do que os seus concorrentes. Para manter condições de igualdade em matéria de concorrência, seria preciso haver um conluio entre todos os fabricantes para inflacionar os seus valores de emissão de CO2. Bruxelas já está a averiguar esta possibilidade numa ampla gama de tecnologias. Já na semana passada um relatório na Alemanha sugeriu que a investigação sobre um eventual conluio entre os fabricantes estaria a ser estendida também às emissões de partículas dos motores a gasolina.

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