José Sócrates inaugura ETAR de Alcântara
Foram cinco anos de obras e mais de 68 milhões de euros de investimento para mudar o panorama da zona ribeirinha do rio Tejo, onde o mau cheiro e a poluição eram evidentes. «Agora é natural que ainda haja algumas lamas com mau cheiro, sobretudo nos dias de maré baixa, mas tudo isso vai ser regenerado», garante a Ministra do Ambiente.
A obra é inaugurada três meses depois de os esgotos da zona central de Lisboa, correspondentes a 120 mil habitantes, terem deixado de ser despejados no Tejo sem qualquer tratamento, mas com mais de um ano de atraso. A nova ETAR deveria ter entrado em funcionamento em Fevereiro de 2010, mas «foram encontrados alguns achados arqueológicos» que provocaram «um pequeno atraso», diz a ministra. A conta também derrapou 3,9 milhões de euros em relação ao orçamento inicial de 64,4 milhões de euros previsto pela SimTejo, a empresa responsável pela construção da infra-estrutura.
A ETAR de Alcântara é considerada uma obra fundamental para o tratamento de águas residuais em Lisboa, mas também para a requalificação do estuário do Tejo. «Temos um novo Tejo, um Tejo limpo», garante Dulce Pássaro, sublinhando que «já se voltaram a ver no estuário espécies animais que tinham deixado de se ver há muito tempo», como o golfinho.
ETAR do Seixal inaugurada segunda-feira
Para esta requalificação contribuem também as obras realizadas na margem Sul do rio. São 22 ETAR construídas nas margens Sul e Norte do Tejo e na zona de Cascais, onde o Governo investiu 600 milhões de euros e que vão servir mais de 4,4 milhões de pessoas.
Após a entrada em funcionamento das ETAR do Barreiro e da Moita, vai ser inaugurada na próxima segunda-feira a ETAR do Seixal. Esta estação de tratamento, cuja construção esteve a cargo da Simarsul, vai tratar as águas residuais urbanas do concelho e também dos esgotos de algumas zonas industriais.
O desenvolvimento das ETAR de Lisboa, Cascais e Setúbal começou em 2005, com o primeiro mandato de José Sócrates, e vai prolongar-se até 2013, altura apontada pelo Ministério do Ambiente para a conclusão de todas as ETAR do País.
Dulce Pássaro considera que «o essencial está feito» e confessa que, «na minha qualidade de ministra, estou a viver um tempo único».