
Islândia pioneira em metanol “verde”
A construção de uma central de produção de metanol “verde” na Islândia, há pouco mais de um ano, tem dado que falar no sector mundial dos combustíveis alternativos. Isto porque a Carbon Recycling International está já, actualmente, em plena capacidade produtiva e afirma-se como única no mundo.
O segredo do sucesso está na receita da produção do metanol, que se baseia na reciclagem de dióxido de carbono (CO2). A empresa captura o CO2 antes da sua emissão para a atmosfera, transformando-o em metanol, de forma a que ele possa ser usado como combustível em veículos. As emissões de CO2 da combustão deste metanol “verde” são cerca de 30 por cento em relação ao total emitido por combustíveis convencionais, já tendo em conta o ciclo de vida de cada um dos produtos.
A fábrica de produção em Krafla entrou em funcionamento em Novembro deste ano, com uma capacidade instalada 100 milhões de litros anuais, sendo 50 milhões de litros destinados à exportação, prevendo-se ainda uma captura de 45 mil toneladas de CO2 por ano. O investimento na unidade de produção ronda os 15 milhões de dólares. Segundo o director de Operações, Benedikt Stefánsson, o objectivo «é produzir um combustível que seja compatível com todos os veículos a gasolina actuais».
Aliás, essa a grande linha de negócio da Carbon Recycling International: produzir metanol que seja incorporável com petróleo e que, desta forma, possa funcionar em motores tradicionais de veículos. Segundo os regulamentos da União Europeia (UE), é legalmente possível incluir três por cento de metanol à gasolina convencional. Enquanto este metanol “verde” não chega aos mercados da UE e dos Estados Unidos – destinos preferenciais da empresa – o novo combustível está disponível numa estação de serviço na Islândia, onde o preço por litro é mais barato do que o da gasolina tradicional.