Ecogestus aposta na vermicompostagem
ambiente

Ecogestus aposta na vermicompostagem

Há três anos que a empresa portuguesa Ecogestus está a trabalhar no mercado de São Tomé e Príncipe. Em parceria com a também portuguesa Tese – Engenheiros sem Fronteiras, a Ecogestus começou então com a elaboração do Plano Nacional de Resíduos de São Tomé. Depois, surgiu o projecto que deverá entrar em funcionamento em Agosto próximo – uma central de vermicompostagem com recolha selectiva porta-a-porta.

Este projecto-piloto, localizado na capital da ilha do Príncipe, vai envolver 460 famílias, o correspondente a cerca de 3500 habitantes, sendo que a capacidade instalada é de 270 toneladas/ano. «Até à entrada em funcionamento temos estado a sensibilizar a população e o que verificamos é que as 30 famílias envolvidas nesta primeira fase estão a fazer muito bem a separação, pois os resíduos urbanos biodegradáveis apresentam muito poucos contaminantes», explica João Vaz, responsável da Ecogestus. Além dos resíduos domésticos biodegradáveis, a unidade também está preparada para receber os resíduos verdes provenientes dos mercados e dos jardins locais.

O projecto, incluindo a construção da unidade e a sensibilização à população, representa um investimento de cerca de 70 mil euros, financiados pela AECID - Cooperação Espanhola e pelo Governo da Região Autónoma do Príncipe. A ideia da unidade de compostagem foi inspirada nos projectos existentes em países como Filipinas e Tailândia, onde – à semelhança de São Tomé – o clima é tropical e os rendimentos são baixos. Depois, avança João vaz, tratou-se de adaptar o “o layout” à realidade local.

Neste sentido foram utilizadas minhocas locais – a gigante africana – procurando não se introduzir espécies novas. «Até agora as experiências que fizemos foram muito positivas. A ideia era evitar que a matéria orgânica se perdesse, utilizando-a como fertilizante sobretudo para a produção de cacau biológico que está a ganhar terreno na ilha», salienta o responsável português. É que, segundo a caracterização feita pela Ecogestus, 70 por cento dos resíduos urbanos em São Tomé são matéria orgânica, sobretudo cascas de fruta e de banana.

No próximo ano, e com os resultados já da entrada em funcionamento da unidade, o projecto poderá vir a ser replicado noutros locais da ilha. «É uma boa solução para locais remotos, pois o custo-benefício é muito bom, além de que se obtém um produto reutilizável», resume. Nesta perspectiva a empresa pretende depois estender este projecto para países com o mesmo tipo de condições e necessidades, nomeadamente Guiné, Gabão, Angola, entre outros.

Topo
Este site utiliza cookies da Google para disponibilizar os respetivos serviços e para analisar o tráfego. O seu endereço IP e agente do utilizador são partilhados com a Google, bem como o desempenho e a métrica de segurança, para assegurar a qualidade do serviço, gerar as estatísticas de utilização e detetar e resolver abusos de endereço.