Portugal sem capacidade para tratar resíduos industriais banais
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Portugal sem capacidade para tratar resíduos industriais banais

Portugal tem apenas 0,5 por cento da capacidade necessária para tratar os resíduos industriais banais (RIB) produzidos no País. De acordo com os dados do Estudo de Inventariação de Resíduos Industriais do Instituto dos Resíduos Portugal produz anualmente cerca de 29 milhões de toneladas de RIB. E actualmente o País dispõe apenas de cinco infra-estruturas para depositar estes resíduos de acordo com a legislação em vigor, que perfazem uma capacidade total de 150 mil toneladas, refere a edição de Abril do jornal Água &Ambiente. O Norte e Lisboa e Vale do Tejo são as duas maiores produtoras destes resíduos com perto de dez milhões de toneladas cada. Lisboa e Vale do Tejo tem dois aterros, um localizado na Chamusca e outro em Setúbal. Este último apresenta a maior capacidade, com 60 mil toneladas, enquanto o da Chamusca conta com 25 mil. Por sua vez, a região Norte não dispõe ainda de infra-estruturas para a sua recepção. Em contrapartida, a região Centro conta com dois aterros, um em Leiria, com capacidade para 25 mil toneladas, e outro em Castelo Branco, com a mesma capacidade. O Alentejo inaugurou recentemente o aterro de Beja, que pode receber 16 mil toneladas de RIB por ano. Um dos destinos dos RIB continua a ser a sua deposição em aterros de resíduos sólidos urbanos (RSU), apesar do assunto assumir hoje estatuto de tabu. É que a autorização para a deposição de RIB em aterros de RSU remonta a 2001, quando não existiam outras soluções, lembra o jornal. O resultado salta agora à vista. Além do esgotamento precoce dos aterros de RSU, muitos industriais deparam-se com elevados custos de transporte caso utilizem apenas os aterros de RIB, embora os custos de deposição nestas infra-estruturas sejam mais baixos. E, se por um lado, isto vai ao encontro das pretensões dos industriais, que se guiam muito pelo mínimo de custos, por outro, este afigura-se um negócio apetecível para muitos aterros de RSU que cobram mais que a taxa de deposição de RSU. Esta é uma ideia confirmada por João Levy, presidente da Associação das Empresas Portuguesas do Sector do Ambiente: «Esta questão é vista com agrado pelos gestores dos aterros de RSU porque representa uma mais-valia não esperada, pois é preciso não esquecer que as tarifas para deposição de RIB em aterros de RSU representa cerca do dobro do tarifário para deposição de RSU».
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