Projecto SIAM
ambiente

Projecto SIAM

A pesquisa mais vasta e detalhada de sempre sobre as mudanças climáticas e as suas consequências para Portugal, o projecto SIAM, culminou ontem com a publicação do livro «Alterações Climáticas em Portugal, Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação». Coordenado pelo físico Filipe Duarte Santos, da Faculdade de Ciências de Lisboa (FCUL), o estudo apresenta previsões como o aumento do risco de erosão costeira em 67 por cento do território continental, a quebra nas reservas de água na generalidade dos aquíferos, diminuição drástica da precipitação no Inverno ou a perda de biodiversidade. O estudo agora publicado representa a segunda fase do projecto SIAM e pretende traçar cenários de projecção do clima para o futuro com base em modelos de circulação da atmosfera. No SIAM II estudaram-se os impactos em diversos sectores (sócio-económico, turístico, pescas, saúde humana, recursos hídricos, energia), fez-se um estudo da bacia hidrográfica do rio Sado e procurou fazer-se uma primeira tentativa de divulgação e interacção com a sociedade. Na apresentação do livro, que contou com a presença do Presidente da República, Jorge Sampaio, e do ministro do Ambiente, Nunes Correia, Filipe Duarte Santos explicou que «na comunidade científica, é consensual que existirão alterações climáticas, pelo que temos de estudar e tentar saber quais são os sectores que mais contribuem para tal». O projecto, no qual colaboraram 32 instituições e trabalharam mais de 50 investigadores, prevê que a Madeira registará igualmente quebras acentuadas na precipitação média anual, acompanhando a seca que vai tendencialmente instalar-se no território continental nas próximas décadas. Na região do estuário do Sado, a pesquisa apresenta um possível impacto negativo em 75 por cento das espécies, apesar do impacto actual sobre a biodiversidade ser negativo. O estudo prevê ainda um aumento do nível do mar entre 10 a 90 centímetros, nas próximas décadas, o que aumentará a erosão da costa portuguesa, bem como riscos acrescidos de incêndios devido ao aumento da temperatura e das ondas de calor e a diminuição da precipitação. O ministro do Ambiente, Nunes Correia, destacou a importância do projecto para «um conhecimento mais profundo dos impactes no meio ambiente», na medida em que «revela que a frequência de situações como a seca ou a perda de biodiversidade poderão ter consequências graves ao nível da saúde pública e em relação ao nosso desenvolvimento». O governante destacou ainda as principais acções e medidas já tomadas ou previstas pelo Governo para a área ambiental, como a revisão do Plano Nacional para as Alterações Climáticas, a estratégia nacional para a energia, a criação da autoridade Nacional Designada, no âmbito do mercado do carbono, ou a aprovação do Fundo do Carbono e da certificação energética dos edifícios.
Topo
Este site utiliza cookies da Google para disponibilizar os respetivos serviços e para analisar o tráfego. O seu endereço IP e agente do utilizador são partilhados com a Google, bem como o desempenho e a métrica de segurança, para assegurar a qualidade do serviço, gerar as estatísticas de utilização e detetar e resolver abusos de endereço.