
66,2% reciclam equipamentos elétricos e eletrónicos em fim de vida
O estudo «Hábitos dos Portugueses em relação ao Lixo Eletrónico» vem revelar que 33,8% da população continua a não encaminhar os REEE e que 26,6% dos cidadãos ainda não sabe onde colocar estes resíduos em fim de vida. Estas conclusões são retiradas da investigação encomendada pela ERP Portugal (Entidade Gestora de Resíduos) e pela LG Portugal, realizada pela Qdata, com a coordenação de Pedro Simões Coelho, da NOVA IMS.
As 1102 entrevistas, que decorreram entre 27 de maio e 30 de julho, junto de mais de um milhar de consumidores nacionais, revelam que ainda existe um longo caminho a percorrer para garantir a reciclagem dos REEE e/ou prolongar o tempo de vida útil dos equipamentos que ainda funcionam.
A maior parte dos portugueses (66,2%) diz reciclar os Equipamentos Elétricos e Eletrónicos quando estes se avariam ou se encontram danificados e a maioria (52,7%) dos que encaminham estes equipamentos para receberem uma nova vida optam por entregá-los numa loja de eletrodomésticos, ou pedem para estes serem recolhidos quando recebem o novo. Cerca de 50% dos portugueses coloca o equipamento num contentor específico para ser reciclado, sendo os Pontos de Recolha de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) o local preferencial para 67,4% dos portugueses para encaminhar corretamente estes resíduos. Embora os dados sejam positivos, 26,6% da população ainda não sabe onde colocar os REEE e apenas 2,1% dos jovens entre os 18 e os 24 anos tem por hábito reciclar os seus aparelhos eletrónicos.
A ideia de que “Ainda pode dar jeito” leva 59,2% dos portugueses a deixar os equipamentos no armário. Esta tendência volta a ganhar expressão quando os equipamentos já estão avariados ou danificados, com 24,4% a assumir que fica com o REEE para separar peças ou materiais para reutilizar ou vender e 14,8% a manifestar intenção de repará-los mais tarde. Os pequenos eletrodomésticos, como secadores de cabelo ou micro-ondas (30,35%), e os telemóveis (28,25%), estão no topo dos equipamentos elétricos e eletrónicos que deixaram de ser utilizados e foram trocados por um novo no último ano; 25,9% dos primeiros e 58,8% dos segundos acabam arrumados a um canto da casa ou da garagem sem nenhum destino.
A tendência de guardar os equipamentos em casa, com a intenção dos reaproveitar no futuro, ignorando que muitos dos componentes destes aparelhos são perigosos para a saúde e para o ambiente, aponta para a existência de milhares de toneladas de equipamentos fora dos circuitos adequados de reciclagem e/ou reutilização.