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ambiente
Eco-comunidades: Alternativas à vida urbana
Nunca pensou sair
da roda-viva do capitalismo, mudar de vida, ir ao encontro de outro conceito de
sociedade? Há quem o tenha feito e não se arrependa. Trocaram o conforto das
suas casas, a estabilidade financeira proporcionada pelos seus empregos, o
lufa-lufa dos meios urbanos pela descoberta de uma nova identidade colectiva. São
as eco-comunidades.
As comunidades
humanas sustentáveis ainda dão passos tímidos em Portugal. Surgem
sob a forma de um bairro, aldeia, cidade ou região, tendo como denominador
comum um estilo de vida em harmonia com a Natureza e entre os seus membros. É
assim, por exemplo, em Tamera ou
Terramada, duas das mais antigas ecoaldeias portuguesas, nas quais é
possível encontrar minorias com a ambição de criar e reproduzir modelos de paz,
em comunhão com a Natureza, ou seja, sociedades capazes de sobreviver de modo
auto-suficiente.
Mas o que são
afinal ecoaldeias? De acordo com a definição proposta pela Rede Portuguesa de
Eco-aldeias e Comunidades Sustentáveis, uma ecoaldeia é um pequeno grupo de
pessoas (habitualmente entre 30 e 1000) estruturado em torno dos valores de
comunidade, ecologia e espiritualidade. Objectivo? Conseguir a
sustentabilidade, através da produção e consumo de alimentos orgânicos,
utilização de energias renováveis e da construção ecológica, sempre com base no
respeito pelos sistemas naturais e na preocupação em não tirar mais da terra do
que ela nos dá.
Permacultura chega às cidades
No fundo, são estes
os pilares da permacultura, um sistema de planeamento que engloba áreas que vão
da engenharia à arquitectura, passando pela agricultura e organização social, e
cujo objectivo é criar ambientes humanos sustentáveis.
As eco-comunidades
são das estruturas que mais têm adoptado o modelo permacultural, que
possibilita, por exemplo, o combate à erosão dos solos, a reutilização das
águas e a construção de edifícios com recurso aos materiais locais.
Ecoaldeias alastram
A mais conhecida
eco-aldeia da Europa nasceu na Escócia, em Findhorn, em 1962. De acordo com um
estudo datado de 2005, os membros da Findhorn Foundation, que acabou por ser
criada nessa eco-aldeia, têm uma pegada ecológica 40 por cento menor do que a
média registada no Reino Unido.
Desde então, o
conceito tem-se espalhado pelo mundo inteiro, apoiado na Rede Mundial de
Ecoaldeias, criada em 1995. Nesse ano, este modelo de vida chegou a Portugal,
através de um grupo de mais de 50 alemães, austríacos e suíços, que se instalalaram
em Tamera, uma aldeia alentejana de 134 hectares perdida
em Odemira, na localidade de Monte do Cerco.
A esta, junta-se a
Terramada, uma quinta em
Castro Marim , no Algarve, e ainda as eco-comunidades da
Quinta do Arco-Íris, também em Odemira, a Quinta Cabeça do Mato e Quinta da
Ribeira, em Tábua, a Luzkufuzku e a Quinta das Abelhas, na Guarda. Em formação,
estão ainda as eco-comunidades da Terramoja, na zona da Serra da Estrela, e a
Shanti, na Lousã. A Quinta do Tapado, em Oliveira do Hospital, e a Quinta dos
Melros, em Tábua, são também duas eco-quintas onde o stress citadino não
entra e as refeições, por exemplo, são momentos de reflexão e agradecimento.