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ambiente
Aproveitamento do Sol ainda escasso em Portugal
Portugal
é um dos países mais ricos da Europa ao nível da energia solar. O número médio
anual de horas de Sol varia, no território continental, entre as 2200 e as 3000
horas. Na semana em que se celebra o Dia
Internacional do Sol (3 de Maio), o AmbienteOnline
foi tentar perceber qual o aproveitamento que o País faz deste recurso.
A instalação de energia fotovoltaica em Portugal tem
evoluído de uma forma bastante discreta, apesar de Portugal ser o país da
Europa com maior incidência de radiação solar. A potência fotovoltaica total
instalada no País atingiu, no final de 2008, 56,5 MW, de acordo com as
estatísticas mais recentes da Direcção Geral de Energia e Geologia. Este é um
valor já com algum significado, tendo em conta que, por exemplo, em 2004 a capacidade instalada
era de 2,6 MW.
De
qualquer modo, Portugal encontra-se ainda longe dos 150 MW (aos quais se juntam os 50 MW
da microgeração) definidos pelo Governo para 2010. No final do ano passado, a
energia fotovoltaica representava apenas 0,3 por cento no total da produção da
energia renovável em Portugal continental.
Pela positiva destaca-se o facto de quase todos os
equipamentos necessários à instalação da tecnologia solar fotovoltaica serem
produzidos em território nacional, à excepção dos inversores fotovoltaicos de
ligação à rede, garante João Wemans, um dos sócios da WS Energia, empresa que
fabrica equipamento óptico e de seguimento solar.
Solar térmico
mais atrasado
Pelo contrário, em relação ao
solar térmico «não há propriamente uma indústria expressiva em Portugal»,
refere Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Sociedade Portuguesa de Energia
Solar. Ainda assim, as mais recentes estimativas feitas pela Apisolar – Associação
Portuguesa da Indústria Solar, em parceria com a Agência para a energia (Adene), dão conta de 86 mil
m2 instalados em 2008, que representam uma taxa de crescimento superior a 70
por cento (em 2007, rondava os 50 mil m2).
Dos 180 mil m2 operacionais
em 2002 passou-se para 390 mil m2 em 2008, um crescimento de 116 por cento.
Este aumento foi alavancado pelo novo RCCTE (Regulamento das Características de
Comportamento Térmico dos Edifícios), que «faz uma certa publicidade ao solar»,
reconhece Rafael Ribas, vice-presidente da Apisolar para o sector térmico.
Face ao cenário actual, Nuno Ribeiro
da Silva exige «mais atenção» para o solar térmico, cujo potencial «não está a
ser cabalmente aproveitado». Tendo em conta o enorme potencial solar do País,
«há um grande défice de aproveitamento», afirma.
O programa de incentivos ao solar
térmico, anunciado recentemente pelo Governo, vai ao encontro das reivindicações
dos promotores do solar em
Portugal. Em meados de Fevereiro, o Executivo anunciou benefícios
fiscais e facilidades no acesso ao crédito bancário para as famílias que
instalem painéis solares térmicos, um programa que visa atingir 65 mil
habitações em 2009, num investimento de 225 milhões de euros.