
Cascais Ambiente tem as primeiras papeleiras inteligentes do país
As primeiras Papeleiras Inteligentes de Portugal estão instaladas no centro histórico da vila de Cascais. Ao todo são dez papeleiras com funcionalidades inovadoras, que foram inauguradas ontem com a presença do secretário de estado do Ambiente, Carlos Martins.
As papeleiras inteligentes permitem que a recolha seja 85% mais eficiente, uma vez que têm incorporado um compactador interno de baixo consumo, alimentado por um painel solar instalado no topo da papeleira que reduz entre oito a 10 vezes o volume dos resíduos, quando comparado com uma papeleira normal.
Por outro lado, a papeleira está equipada com um sistema que emite avisos sobre o seu nível de enchimento, o que permite que os resíduos sejam recolhidos atempadamente evitando contentores a transbordar de resíduos em situações de maior afluência de visitantes.
Carlos Martins sublinhou “os desafios nos resíduos urbanos são enormes, por isso, é muito satisfatório ver que há entidades que não têm medo de inovar e a Cascais Ambiente está novamente na linha da frente. Se não conseguirmos inovar, não vamos conseguir reduzir os nossos impactos.
Luís Almeida Capão, presidente do Conselho de Administração da Cascais Ambiente, explica ao Água & Ambiente na Hora que a instalação desta papeleiras faz parte da estratégia da Cascais Ambiente para a limpeza urbana, que visa otimizar os serviços e aumentar a eficiência.
Estratégia para limpeza urbana reforça a smart city
“O sucesso do Smart Waste Management de Cascais, implementado em Cascais desde 2015, tem nos mostrado o caminho para uma gestão muito eficiente. E é o que queremos replicar na limpeza urbana”, observa Luís Capão.
Neste sentido, está a ser implementado o Smart Urban Cleaning de Cascais, que assenta em vários pilares: sensorização, plataforma tecnológica de gestão, formação e sensibilização.
“Ao nível da sensorização, estão a ser instalados sistemas de informação nas varredouras mecânicas e nos carrinhos de varredura. A ideia é obtermos informação sobre o nível de limpeza efetuado, os quilómetros percorridos pelas varredourras, tempo de limpeza manual de cada rua, etc”, avança Luís Capão, acrescentando que juntando outras variáveis “poderemos estipular planos de limpeza mais adequados ao território, à época do ano, ou a eventos específicos”.
De acordo com o responsável da empresa municipal, está a ser criada uma plataforma tecnológica de gestão que vai agregar e gerir todos os dados recolhidos pelos carrinhos, varredouras mecânicas e papeleiras inteligentes. “Poderemos acompanhar a limpeza urbana no terreno, através de dispositivos móveis. O sistema vai aferir que zonas ou ruas têm um serviço muito bom, bom ou satisfatório. E isso vai permitir uma alocação de meios, muito mais eficaz e real”, afirma.
Os cantoneiros da Cascais Ambiente vão ter várias formações sobre os sistemas de sensorização e a plataforma de gestão, de modo a que também possam monitorizar os indicadores de decisão e ter um papel mais interventivo. “Acreditamos que é uma motivação adicional para estes profissionais, porque lhe damos capacidade de decisão e diversificação da atividade”.
Para reforçar estas medidas, a Cascais Ambiente vai também envolver os cidadãos, promovendo campanhas de sensibilização para a limpeza urbana.