
Colunista Nuno Medeiros (Água-Tecnologia): O poder dos Bots!
O tema dos Bots tem ultimamente estado afastado do mediatismo de outras tecnologias ou conceitos como a IoT, BigData e Data Analytics, todavia é interessante efetuar uma reflexão sobre a sua relevância. Será que os Bots podem representar uma mais valia para o negócio de organizações que gerem serviços urbanos de água?
Sendo os Bots web services que permitem uma interação em “real time” com os utilizadores, através de suportes aplicacionais de conversação, como o Facebook Messenger, Skipe, WhatsApp, Sms, e sendo estes reconhecidos como meios de comunicação preferenciais, principalmente pela geração Millennials, parece que, com maior ou menor celeridade, esta ferramenta tecnológica irá encontrar o seu espaço em organizações do setor da água. Mais, se aplicarmos Bots com interpretação de escrita, de voz, de imagem, de pesquisa e de inteligência artificial, a experiência dos utilizadores dos serviços irá ser diferenciada e com vantagens significativas. Imaginem um Bot com inteligência artificial que através do Facebook Massenger permite, sem qualquer interação humana, efetuar novos contratos, ficando a informação devidamente registada no CRM, ou aceitar uma leitura através de uma simples fotografia do contador de água, validando a mesma, ou fornecer respostas a esclarecimentos (tipificados) sobre dúvidas de faturação, ou aceitando e encaminhando alertas de fugas de água ou de outras anomalias, com base numa foto e identificação do local. São inúmeras as aplicações dos Bots, ganhando estas maior potencial quando associadas a serviços cognitivos.
Mas será que o poder dos Bots limitado à interação cognitiva com os utilizadores? Não! Acredito que a necessidade de aplicarmos Bots como ferramentas de interação com os utilizadores dos serviços urbanos de água irá representar, igualmente, um forte catalisador da avaliação e alavancagem da qualidade e quantidade de informação que existe nos sistemas de informação tipo CRM, SIGs e MMS.
Este potencial é outro dos grandes benefícios dos Bots, obrigar as organizações a refletir sobre a informação que necessitam, como recolher mais dados para obter vantagem para o negócio e a estruturar analiticamente os dados, de forma a poderem ser utilizados por ferramentas com inteligência artificial, em benefício dos utilizadores dos serviços de água e da eficiência da própria organização.
Como nota final para o mês de abril, não posso deixar de alertar para o Global Water Summit 2017, a realizar entre 24 e 25 de Abril, em Madrid, onde serão debatidos, entre vários temas relevantes, os desenvolvimentos da indústria da água na esfera digital.
Nuno Medeiros tem o MBA em Gestão e Marketing e 21 anos de experiência no setor da Água. Integra a EPAL desde 1995. Ao longo do seu percurso profissional passou pela Manutenção, Gestão de Clientes e área Laboratorial. Foi gestor do projeto de mobility nas atividades de Meter Reading e Field Services, tendo até 2008 implementado projetos de Smart Metering. Atualmente na área de Investigação, Inovação e Desenvolvimento da EPAL, focaliza-se na componente de produtos, serviços e processos.