
Estudo revela que aterro da Recivalongo é responsável por 3% dos odores em Sobrado
Um estudo desenvolvido pela Universidade Nova de Lisboa junto ao aterro de Sobrado, em Valongo, revela que apenas 3% das medições correspondem a odores atmosféricos provenientes dessa unidade.
O tipo de odor mais detetado durante as medições está relacionado com queimadas, associado a técnicas de redução de biomassa vegetal principalmente em terrenos agrícolas na envolvente do aterro da Recivalongo, concelho de Valongo, distrito do Porto.
Este estudo sobre a monitorização de odores atmosféricos na envolvente da Recivalongo foi desenvolvido pelo departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Nova School of Science and Technology | FCT NOVA, da Universidade Nova de Lisboa, sob a coordenação de Francisco Ferreira, e surge a pedido da empresa na sequência de queixas da população.
Marco Marques, porta-voz da Recivalongo, referiu que o estudo veio dar razão à empresa e demonstrar o que já sabiam: “Somos uma infraestrutura de gestão e tratamento de resíduos e temos algum impacto, mas tentamos minimizar”, disse, referindo que em 2018 propuseram e requereram licença para o tratamento dos lixiviados e desde esse ano que estão à espera de autorização.
“Os odores que sentimos, e nunca dissemos que não éramos responsáveis por eles e que agora sabemos que são 3%, são devido à retenção dos nossos lixiviados”, disse, acrescentando que foi comprado um equipamento para o seu tratamento, diminuindo assim os odores, mas é aguardada autorização.
A Recivalongo adiantou que "compreende e que sempre escutou a população e as suas preocupações", mas considerou que tem sido alvo de campanhas de difamação, afetando a confiança da população nos sistemas de gestão de resíduos (urbano e não urbano), assim como a credibilidade das entidades licenciadora e fiscalizadoras.
O aterro é gerido desde 2007 pela Recivalongo, que começou a ser acusada em 2019 de “crime ambiental” pela população, pela Jornada Principal e pela Câmara Municipal após ter sido detetado que detinha “mais de 420 licenças para tratar todo o tipo de resíduos”.