
Fabricantes de embalagens de vidro querem reduzir 50% de emissões
A indústria dos fabricantes de embalagens de vidro reuniu 20 empresas, incluindo os três fabricantes existentes em Portugal, BA Glass, Verallia e Vidrala, para financiar o projeto piloto “Forno do Futuro”, cujo principal objetivo é substituir as atuais fontes de energia de combustíveis fósseis e reduzir em 50 por cento as emissões de CO2 daquele setor.
O “Forno do Futuro” será “o primeiro forno híbrido a oxi-fuel de grande capacidade a funcionar no mundo, com 80 por cento de eletricidade de fontes renováveis”, explica a European Container Glass Federation (FEVE) em comunicado.
“A indústria já trabalha com fornos elétricos em várias das suas 150 fábricas de vidro, por toda a Europa, mas estes são de pequena dimensão e usados exclusivamente para produzir vidro branco (incolor) com matérias-primas virgens, usando muito pouco ou nenhum vidro reciclado”, refere.
Esta nova tecnologia irá permitir à indústria produzir diariamente mais de 300 toneladas de vidro de qualquer cor, com recurso a grandes quantidades de vidro reciclado, o que atualmente não é possível em fornos elétricos. “Por cada 10 por cento de vidro reciclado adicionado no forno, há uma redução de 5 por cento nas emissões de CO2 e de 3 por cento no consumo de energia”, informa a FEVE.
“A flexibilidade da tecnologia híbrida permite a mudança para outras fontes de energia, no caso de problemas de fornecimento. Isso garantirá a inexistência de interrupções na produção”, acrescenta.
O forno piloto será construído em 2022 pelo Ardagh Group e tem uma avaliação dos primeiros resultados prevista para 2023.
Os próximos passos consistem em “selecionar um fornecedor de forno, fazer uma candidatura ao Fundo de Inovação da Comissão Europeia e criar uma nova entidade jurídica para gerir o projeto”, afirma a FEVE.