
Humana recolheu 1.586 toneladas de têxtil durante o primeiro semestre
A HUMANA Portugal, associação sem fins lucrativos que promove a reutilização têxtil recolheu, durante o primeiro semestre um total de 1.586 toneladas de roupa e calçado, mais 144 toneladas que o total recolhido no primeiro semestre do ano passado. Sintra, Seixal Barreiro foram os três municípios com os quais a Humana colabora que conseguiram reunir maior quantidade de roupa usada.
Segundo dados da Comissão Europeia, por cada kilo de roupa que se reutiliza evita-se a emissão de cerca de 3,169 kg de CO2 para a atmosfera. Desta maneira, as 1.586 toneladas de têxtil recolhido permitiram uma poupança de cerca de 5.026 toneladas de CO2 para a atmosfera.
Nos contentores da Humana é depositada roupa, calçado, acessórios e têxtil-lar, já não utilizados para dar-lhes uma “segunda vida”, refere a associação. O serviço de recolha do têxtil é gratuito.
Para onde vai a roupa doada
A Humana explica que as roupas usadas colocadas nos seus contentores, dependendo do seu estado, têm um de dois destinos. Ou se tratam e classificam na central de preparação para a reutilização da Fundación Pueblo para Pueblo, uma organização espanhola irmã, ou é vendida a empresas de reutilização e reciclagem.
A roupa classificada distribui-se da seguinte maneira:
• 52% é preparado para a sua reutilização: onde 13% se destina às lojas secondhand da Humana em Portugal e 39% é exportado, principalmente para África, para ser vendido a preços de mercado para gerar recursos para a cooperação ao desenvolvimento.
• 37% corresponde à roupa que se encontra num estado que não permite a sua reutilização e por isso é vendido a empresas de reciclagem têxtil para que elaborem outros produtos como mantas, isolamentos ou trapos para a indústria automobilística.
• 9% é enviado para um centro de tratamento de resíduos para a sua eliminação: são produtos que não se podem reutilizar, nem reciclar, nem valorizar energeticamente.
• 2% são resíduos impróprios (plástico, cartão, outros) que se põem nas mãos dos gestores autorizados correspondentes.
Segundo a associação o futuro deve ser encarado com otimismo uma vez que a União Europeia (UE) obriga à recolha seletiva de têxtil antes de 1 de janeiro de 2025, o que significa que os municípios, que são os responsáveis pela gestão de resíduos, ajudarão a potencializar a reciclagem e a reutilização de roupa e calçado.
Segundo Filipa Reis, promotora nacional da Humana resume a ação como “ gerindo conscientemente e com vocação social, o têxtil usado pode transformar-se em motor de progresso de Portugal e gerar fundos para a cooperação ao desenvolvimento de países do Hemisfério Sul».