Proposta da Tejo Energia para o Pego contribui para
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Proposta da Tejo Energia para o Pego contribui para "segurança do abastecimento do país", diz principal acionista da empresa

O presidente executivo da Trust Energy, José Grácio, principal acionista da Tejo Energia, que geria a central do Pego, afirmou que a sua proposta de conversão dá resposta ao que Portugal precisa ao "contribuir para a segurança do abastecimento do país". A Tejo Energia geriu durante 28 anos a central do Pego e entrou no concurso para conversão da central termoelétrica que terminou a produção a carvão em novembro, tendo a segunda melhor classificação, atrás da Endesa.

"Nós achamos que a proposta da Tejo Energia claramente traz mais-valias, pela rapidez com que se liga ao ponto de ligação e com a enorme capacidade de armazenagem que tem, e pelo enorme contributo para a região, que vai ser valorizado pelo concurso, porque, no fundo, este é o objetivo com que o concurso foi desenhado".

José Grácio realçou que a central tem "a licença ambiental para começar a funcionar já" com biomassa e "começar a contribuir para a segurança do abastecimento do país", numa altura em que os preços do gás nos mercados grossistas dispararam, devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

De acordo com o responsável, o projeto da Tejo Energia para a central do Pego, no concelho de Abrantes, contempla 75% de energia proveniente de fonte eólica e solar e 25% de resíduos florestais (biomassa). Esta componente de biomassa é, explicou o CEO da Trust Energy, precisamente o que distingue o projeto da Tejo Energia das outras propostas, ao contemplar a utilização de um recurso existente na região, uma infraestrutura que já existe na central e que era utilizada anteriormente para queimar carvão, proporcionando ainda a criação de novos empregos para a recolha e processamento dos resíduos florestais. Adicionalmente, apontou, o recurso a esta terceira fonte de energia renovável permite várias semanas de armazenagem.

A Tejo Energia, consórcio constituído pela Trust Energy (Engie e Marubeni), que detém 56%, e pela Endesa (com 44%), propôs ao Governo, no ano passado, iniciar, logo após o fim do ciclo do carvão, um processo de conversão da central para um "cluster" de energias verdes, mantendo todos os postos de trabalho, e com um investimento total de 900 milhões de euros.

A Endesa discordava da utilização de biomassa e apresentou a sua proposta a concurso, tendo recebido a pontuação mais elevada na avaliação preliminar do júri, que deverá pronunciar-se em breve quanto à decisão final. A Trust Energy recorreu aos tribunais, por entender que a capacidade de injetar energia na rede através do ponto de ligação que se encontra na central do Pego pertencem à Tejo Energia, que a geriu durante quase três décadas.

"A Tejo Energia, em 2006, 2007, fez um acordo com o Estado - nesta altura a REN representava o Estado - em que teria direito a ficar com este ponto de ligação", apontou José Grácio. Por isso, o consórcio interpôs uma providência cautelar para anular o concurso que atribuirá a ligação à rede ao vencedor, mas o Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria não lhe deu razão.

A Central Termoelétrica do Pego é o maior centro produtor nacional de energia, com uma potência instalada de 628 megawatts (MW) na central a carvão, encerrada em novembro, e de 800 MW na central a gás, que prosseguirá em atividade, com contrato válido até 2035.

O calendário inicial do concurso ao ponto de ligação à rede elétrica da central do Pego que previa que os interessados contestassem a avaliação preliminar terminou a 4 de março, depois de ter sido prorrogado duas vezes. Neste momento, encontra-se a decorrer um período de audiência prévia sobre o relatório preliminar revisto.

A Endesa continua a ter a melhor proposta no concurso, que chega à fase final com cinco concorrentes, após a exclusão da Greenvolt. Seguem-se as propostas da Tejo Energia, da Voltalia SA, da Brookfield Ltd & Bondalti SA e, em último, a da EDP Renováveis.

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