
REN prevê investimento de 940 milhões até 2027
Ao longo dos próximos dez anos deverão ser investidos cerca de 940 milhões de euros no âmbito do Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Transporte de Eletricidade para o período 2018-2027, proposto pela da REN - Rede Eléctrica Nacional. O documento em consulta pública prevê que até 2022 os investimentos ascendam aos 500 milhões e nos cinco anos seguintes, mais 440 milhões de euros.
O reforço da capacidade de recepção de nova produção é uma das necessidades assinaladas no documento, tendo em conta “as licenças de produção já emitidas e respetiva capacidade da ordem dos 1450 MW já atribuída ou reservada à data de março de 2017”. O documento salienta que existem ainda mais de 3300 MW de pedidos de viabilidade de ligação de nova produção à rede, ainda sem qualquer licença atribuída. No entanto, este número corresponde somente aos pedidos feitos diretamente à RNT e não consideram todos os eventuais pedidos de ligação de produção descentralizada.
Para fazer face a estes compromissos, a REN propõe a construção de um conjunto de eixos a 400 kV. A norte do país é proposto a construção do eixo entre Vieira do Minho – Ribeira da Pena – Feira, associado às futuras grandes hídricas do Alto Tâmega que se encontram já em construção. No interior-centro do país, e para fazer face ao volume de licenças e pedidos de viabilidade identificado para a região da Beira Interior, propõe-se a construção de um eixo entre Falagueira e Fundão, que complementará a rede a 150kV e a 220 kV já existente. Também previsto, mas para um horizonte temporal posterior (após 2024) prevê-se a construção do eixo Ferreira do Alentejo-Ourique-Tavira, associado à receção de capacidade de projetos solares na zona do interior do Alentejo e do Algarve.
De facto, o documento elaborado pela REN prevê um aumento da capacidade instalada até 2027 (além da grande hídrica) da ordem de 1800 MW3, para um total de quase 10 000 MW. O operador da RNT prevê ainda que, até 2027, possam ser instalados mais cerca de 1300 MW de nova capacidade de tecnologia solar, que compara com os 580 MW instalados em 2017. No global, o operador da RNT assume que em 2027 Portugal tenha uma capacidade total instalada de mais de 21 000 MW, dos quais 16 000 MW renováveis (incluindo a grande hídrica).
Recorde-se que no âmbito do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH), está prevista a entrada em serviço do conjunto de centrais na região do Minho/Trásos-Montes (Daivões, Gouvães e Alto Tâmega), num total de 1200 MW dos quais 880 MW reversíveis, entre 2023 e 2027. Ainda no âmbito deste plano, é de assinalar a não construção das centrais de Girabolhos (364 MW) e de Alvito (225 MW), bem como o adiamento por três anos da central hídrica de Fridão (238 MW).