
Seca: Produção de eletricidade suspensa na barragem do Ermal
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, anunciou a suspensão de produção de eletricidade na barragem do Ermal, Guilhofrei, no concelho de Vieira do Minho, distrito de Braga, devido à seca.
“Na barragem do Ermal, Guilhofrei, na bacia do rio Ave, vai ser suspensa a produção de energia a partir da cota dos 322 metros para garantir que não falte água para consumo humano quer na barragem das Andorinhas, que alimenta Póvoa de Lanhoso, quer na captação a jusante, que abastece Guimarães e Vizela”, afirmou aos jornalistas, em Ponte da Barca, no final da reunião da subcomissão regional da zona norte da Comissão de Gestão de Albufeiras. O responsável adiantou ainda que “aquela albufeira está na cota 320,8 metros.
“Ainda temos um metro. A verdade é que trabalhamos sempre com muito precaução para assegurar que há água para dois anos de consumo humano”, referiu.
Pimenta Machado sublinhou que os meses de janeiro e fevereiro “foram os mais secos desde que há registos”.
O responsável adiantou que com a chuva que se tem feito sentir nos últimos dias, a barragem do Alto Lindoso, em Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, “há uma recuperação de mais de três metros”.
“Encaixámos mais de seis hectómetros cúbicos. A barragem está a recuperar. A chuva tem ajudado”, disse Pimenta Machado.
Nas barragens do Alto Lindoso, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode no Zêzere, a suspensão de produção de eletricidade vigora desde o início de fevereiro.
As previsões do Instituto português do Mar e da Atmosfera (IPMA) apontam para forte precipitação no próximo fim de semana e, para a próxima semana, em particular para a zona sul do país, onde a seca é estrutural.
“Estas previsões são uma boa notícia para a recuperação do nível da água nas albufeiras e para reter alguma humidade nos solos”, especificou.
O responsável adiantou que, “em breve”, a APA vai avançar com operações de limpeza nas albufeiras do Alto Lindoso e da Caniçada, localizada nos concelhos de Terras de Bouro e de Vieira do Minho, na bacia hidrográfica do rio Cávado, aproveitando a redução do nível das águas.
No caso do Alto Lindoso e Touvedo, o objetivo da intervenção é remover uma espécie infestante, a erva-pinheira.
O vice-presidente da APA referiu ainda que apesar do agravamento da situação em todo o país, o “Portugal nunca esteve tão bem preparado para enfrentar a situação”.
“Temos mais conhecimento, mais informação, mais instrumentos e mais financiamento. Através do Fundo Ambiental foi disponibilizada uma verba de cinco milhões de euros para financiar medidas de contingência”, sustentou.
A reunião de hoje em Ponte da Barca, seguiu-se às que decorreram em Tomar, no Algarve e no Alentejo, estando agendada para dia 16 a de Coimbra, concluindo-se a ronda de auscultação regional com uma reunião nacional promovida pelos ministros do Ambiente e da Agricultura.