
Tecnilab desenvolveu válvula de actuação remota para corte ou reposição de água
A Tecnilab desenvolveu uma válvula de actuação remota (RAV – Remotely Actuated Valve) que permite proceder ao corte ou à reposição do fornecimento de água à distância.
“A RAV tem como principal objectivo o corte ou reposição do fornecimento de água por accionamento remoto em instalações onde a tradicional válvula de corte não está acessível ou em locais onde pode estar em causa a integridade física dos operadores no decurso das ações de corte”, explica Margarida Pinhão da Divisão de Válvulas da Tecnilab ao Ambiente Online.
A responsável lembra que o incumprimento no pagamento da água obriga a que se efectue um corte do abastecimento ao consumidor, tarefa de “elevada complexidade e onerosa para as entidades gestoras do abastecimento de água”. Dificuldades de acesso ao local, ausência do consumidor, custos de operação, problemas de segurança dos operadores e, em muitos casos, não efectivação da tarefa de corte são algumas situações para as quais as entidades gestoras dificilmente encontram solução e que levaram a empresa a desenvolver o produto.
O produto começou a ser desenvolvido na unidade fabril Valcon, na Covilhã, em 2013. Já foram produzidas 300 unidades destinadas a ensaios reais com resultados "extremamente positivos", revela Margarida Pinhão. A comercialização da RAV deverá iniciar-se no quarto trimestre de 2015.
“Tratando-se de um bem transacionável com tecnologia portuguesa e com elevador valor acrescentado nacional, a RAV é um produto que além de solucionar tarefas complexas das empresas em Portugal, destina-se ao mercado externo com elevado potencial para as exportações”.
A RAV permite optimizar a actividade operacional das entidades gestoras dos serviços de distribuição de água reduzindo os custos com meios humanos já que as acções de corte e reposição do serviço podem passar a ser efectuadas por operadores não especializados, por exemplo.
Por outro lado possibilita a economia de recursos materiais tendo em conta que deixa de ser necessário efectuar o fecho das válvulas de ramal nos casos em que não há acesso à instalação. Em redes antigas, o estado de degradação destas válvulas poderia obrigar a intervenções de manutenção com custo elevado.
Com o software de interface com o Sistema de Gestão de Clientes deixa de ser necessária a emissão de ordens de corte ou reposição do serviço em papel. Elimina ainda os incumprimentos de longa duração. O acesso remoto permite realizar o corte num curto espaço de tempo, logo, prevê-se que os clientes que anteriormente dificultavam o acesso à instalação regularizem de imediato os pagamentos em mora. Finalmente acelera a reposição do serviço já que deixa de ser necessário aceder fisicamente às instalações.
AS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
A válvula, comandada via rádio com uma frequência de sinal de 869,5 MHz e potência 20mW, é alimentada a bateria de lítio com duração estimada de 15 anos. O rádio é ligado ao tablet por porta USB. A aplicação corre em sistema operativo Android.
A actuação remota pode ser efectuada a distâncias até 100 metros da instalação independentemente das barreiras interpostas entre operador e válvula.
O interface Tablet e Sistema de Gestão de Clientes permite gerir de forma bi-direccional a informação relativa aos clientes e às ordens de serviço geradas para corte e reposição do fornecimento de água.
Em caso de violação a válvula fecha automaticamente graças ao desenho da caixa e sistema de selagem. A reabertura só pode ser efectuada pela entidade gestora. O corpo da válvula aloja todos os elementos mecânicos, eléctricos e electrónicos e, simultaneamente, garante robustez ao choque e vandalismo.
Atendendo às reduzidas dimensões das caixas de contadores foram incorporadas “porcas loucas”, a montante e a jusante do corpo da válvula, que permitem a ligação directa aos acessórios existentes nas referidas caixas.
A válvula de controlo remoto é um produto “vantagens para as entidades gestoras de distribuição de água, pela sua facilidade de actuação, rapidez de acção, economia e sobretudo segurança dos operadores com a consequente defesa da imagem pública da empresa”, conclui Margarida Pinhão.
Ana Santiago