
Bélgica revoga lei que previa fim da energia nuclear até 2025
O parlamento federal da Bélgica aprovou, esta quinta-feira, a revogação da lei que obrigava o país a abandonar a produção de energia nuclear até 2025, abrindo caminho a uma nova fase na política energética belga, noticiou a agência Lusa. A decisão surge após proposta do Governo e contou com os votos favoráveis dos partidos da coligação no poder. Segundo a agência Lusa, o objetivo da medida é criar condições para atrair investimento público e privado no setor nuclear.
“É o início de uma nova era”, afirmou o ministro federal da Energia, Mathieu Bihet, ao semanário Le Vif. O governante sublinhou que durante “demasiado tempo” a energia nuclear foi colocada de lado, mas que os ventos estão a mudar em vários países europeus, como Itália, Países Baixos, Reino Unido e Suíça.
A empresa Engie Electrabel, que atualmente explora os sete reatores nucleares existentes na Bélgica, já indicou não estar interessada em prolongar a concessão. O Governo terá, por isso, de encontrar novos operadores para continuar a explorar as centrais de Doel e Tihange, lê-se na notícia da Lusa. Um dos reatores de Doel já foi encerrado em 2022 e outro deverá funcionar até 2035, sendo intenção do executivo estender esse prazo.
A revogação da lei ocorre num contexto de apoio crescente à energia nuclear no país. Um inquérito conduzido pelo instituto Ipsos em 2023 mostrou que 69% dos belgas defendem o prolongamento da atividade dos reatores e 57% são favoráveis à construção de novas centrais. Em paralelo, desde 2024 está em curso a construção de um novo reator próximo de Antuérpia, que utilizará tecnologia mais limpa e poderá ter aplicações no combate ao cancro. A sua entrada em funcionamento está prevista entre 2036 e 2038.