
Frente Cívica pede ao Governo que exija indemnização à REN pelo apagão de abril
A Frente Cívica apelou ao Governo para que exija à REN – Redes Energéticas Nacionais uma indemnização pelos danos provocados pelo apagão de 28 de abril. O pedido foi dirigido diretamente ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, através de uma carta enviada na quinta-feira, segundo revelou esta sexta-feira a agência Lusa.
Na missiva, a associação considera que a REN falhou na sua missão principal de assegurar o fornecimento contínuo de eletricidade, apontando-a como responsável pelos prejuízos decorrentes da interrupção do serviço, avançou a Lusa. “A REN fracassou na função que lhe foi atribuída pelo Estado e pelos portugueses”, defende a Frente Cívica, citada pela Lusa, acrescentando que a empresa “deve agora indemnizar-nos a todos enquanto cidadãos”.
A associação propôs que o valor da compensação seja de 780,5 milhões de euros, montante que estima corresponder aos prejuízos totais causados pelo apagão. Esta verba permitiria, segundo a Frente Cívica, “acudir aos prejuízos incorridos pelos agentes económicos afetados”.
Entre os danos identificados, a associação lembra perdas de produtos perecíveis, interrupções na atividade económica e um caso de morte que poderá estar relacionado com a falha de energia. O Ministério da Saúde já anunciou uma averiguação à morte de uma mulher de 77 anos que estava ventilada e que faleceu durante o apagão.
A carta é assinada por Paulo de Morais e João Paulo Batalha, presidente e vice-presidente da Frente Cívica.
Várias entidades do setor agroalimentar também já denunciaram prejuízos significativos. A Confederação das Cooperativas Agrícolas (Confagri) estima perdas superiores a três milhões de euros no setor do leite e laticínios, enquanto a Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) solicitou a criação de uma linha de apoio para compensar os impactos sofridos.