
Mais de metade dos resíduos de madeira vão para aterro ou são queimados em centrais de valorização energética
Segundo o Centro Pinus – Associação para a Valorização da Floresta de Pinho, que se baseia em dados da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), estima-se que mais de metade da madeira que chega ao circuito de resíduos urbanos (aproximadamente 64628 toneladas) seja depositada em aterro ou queimada em centrais de valorização energética.
Ainda de acordo com o Centro Pinus, em 2022, a Fileira do Pinho evitou a deposição em aterro ou a queima de 302 728 toneladas de resíduos de madeira.
“Para as empresas do setor, a disponibilidade de madeira para reciclagem é insuficiente para as necessidades das empresas que procuram, entre outras estratégias, apostar na reciclagem para minimizar o défice de madeira de pinho, atualmente de 57% do consumo anual. É preocupante a deposição em aterro ou a queima de resíduos de madeira provenientes de obras de construção civil ou de caixas, paletes ou mobiliário em fim de vida. Estes podem ser transformados em novos painéis derivados de madeira, amplamente aplicados em cozinhas, escritórios ou em pavimentos, produtos de alto valor acrescentado que são cada vez mais procurados pelo consumidor e pelos mercados externos e que continuam a armazenar carbono sequestrado na floresta durante décadas”, alerta a associação.
O Centro PINUS apela, por isso, no âmbito do Dia Mundial da Reciclagem, celebrado esta quarta-feira, “à implementação de políticas mais incisivas para o estímulo da economia circular e considera importante a criação de incentivos apelativos para que os municípios e os sistemas de gestão de resíduos estabeleçam parcerias com as indústrias que reciclam resíduos de madeira. O aumento da Taxa de Gestão de Resíduos pode ser também necessário para dissuadir o envio destes resíduos para aterro”.