Ministro do Ambiente promete atenção ao esforço dos territórios de baixa densidade para garantir abastecimento de água
água

Ministro do Ambiente promete atenção ao esforço dos territórios de baixa densidade para garantir abastecimento de água

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, garantiu esta terça-feira que o Governo terá atenção ao esforço que os territórios de baixa densidade fazem para garantir o abastecimento público de água e o saneamento de águas residuais.

Duarte Cordeiro falava durante a cerimónia de inauguração das obras de requalificação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Valgode - um projeto conjunto dos municípios de São Pedro do Sul e de Vouzela -, onde admitiu que o Governo tem de ter sensibilidade "para os territórios de baixa densidade relativamente ao esforço que fazem, aos custos que têm e à recuperação dos custos nas tarifas".

No seu entender, tem de haver sempre "um equilíbrio entre recuperar aquilo que é justo, que é a parte da recuperação dos custos que tem de ser feita nas tarifas", e "não ter a injustiça e o peso que já reforça muitas vezes os territórios de mais baixa densidade populacional": "É uma atenção que terei o cuidado de procurar corresponder", frisou.

As afirmações aconteceram depois de o presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, se ter mostrado preocupado com "os critérios da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos) para o apuramento do défice tarifário".

Isto porque, justificou, "os custos das infraestruturas para colocar abastecimento público de água ou saneamento de águas residuais é muito mais elevado nos territórios de baixa densidade, o que implicará maior custo do serviço ao consumidor final": "Não sendo o nosso território apetecível para as entidades gestoras, o grau de cobertura, principalmente de drenagem de águas residuais, ainda é muito insatisfatório, havendo ainda várias aldeias sem abastecimento público de água", disse o autarca.

Segundo Rui Ladeira, "estes territórios precisam do apoio para a resolução dos problemas de abastecimento de água em alta, mas também para resolver os problemas da baixa, principalmente corrigir as ineficiências dos sistemas e as perdas de água, que só se conseguem com muito investimento e especialização".

"Para territórios como Vouzela e São Pedro do Sul é fundamental que o próximo quadro comunitário de apoio tenha uma mochila financeira que nos permita implementar novos projetos de forma a garantir a igualdade de oportunidades para todos", defendeu.

Numa altura "em que muito se fala em preservação do ambiente e nas alterações climáticas", o autarca pediu ao Governo "que permita às pequenas entidades gestoras o acesso a estes fundos de forma a reduzir as assimetrias com os grandes centros urbanos, nem que para o efeito possa ser criado algum regime excecional".

Duarte Cordeiro promete corresponder a vontade de agregação do município de São Pedro do Sul

O presidente da Câmara de São Pedro do Sul, Vitor Figueiredo, mostrou-se preocupado com o abastecimento de água às populações, uma vez que, "nos últimos tempos, o concelho atravessa um período de seca severa que obriga ao transporte diário de água para localidades de oito freguesias".

"O município encontra-se a tentar encontrar uma solução que permita ultrapassar este problema, que se prevê se mantenha nos anos vindouros. Acreditamos que a solução passa pela adesão a um grupo de abastecimento de água tal como as Águas do Douro e Paiva, que conseguiriam garantir a quantidade e a qualidade de água a um preço justo", afirmou.

Nesse âmbito, o autarca pediu a Duarte Cordeiro que promova uma "reunião de vontades entre as várias entidades para que esta seja uma realidade a médio prazo para o concelho de São Pedro do Sul". "Já existem anteprojetos e estudos financeiros para que a água seja transportada até ao nosso concelho e consigamos atenuar as dificuldades de abastecimento que vivenciamos todos os anos. Contamos com o seu apoio", sublinhou.

O ministro assegurou a Vítor Figueiredo que o Governo fará "um esforço grande para corresponder a esta vontade de agregação do município de São Pedro do Sul, desde logo na possibilidade de compatibilizar com as Águas do Douro e Paiva".

"Não só responde a um problema que nós temos de escassez, como permite preparar os territórios para o futuro, porque nós vamos ter que ter sistemas sustentáveis. E isso faz-se em sistemas robustos, com massa crítica, com vários municípios que permitam que uns se ajudem aos outros", considerou.

Duarte Cordeiro disse que, para o Governo, faz sentido que a agregação "aconteça em alta e aconteça em baixa, porque é preciso também que haja o equilíbrio e o apoio aos municípios para responder àquilo que são as perdas".

"Não é compatível no futuro estarmos preocupados com o tema da seca, da falta de água, e depois termos sistemas que perdem um volume de água indesejável", acrescentou.

Topo
Este site utiliza cookies da Google para disponibilizar os respetivos serviços e para analisar o tráfego. O seu endereço IP e agente do utilizador são partilhados com a Google, bem como o desempenho e a métrica de segurança, para assegurar a qualidade do serviço, gerar as estatísticas de utilização e detetar e resolver abusos de endereço.