
Movimento ProTejo considera barragem do Alvito solução onerosa e inócua
O Movimento ProTejo criticou esta quarta-feira o Governo por “ressuscitar” a barragem do Alvito, defendendo que a solução mais simples é a implementação de caudais ecológicos regulares vindos de Espanha.
“O Ministério do Ambiente e da Ação Climática deu hoje a primeira de muitas machadadas no Tejo ao ressuscitar a barragem do Alvito, a primeira barragem que irá servir a estratégia do “Projeto Tejo” que prevê a construção de novos açudes e barragens no Tejo, inserida num pacote de “Soluções para o reforço da resiliência hídrica do Tejo”, afirmou o Movimento no seu site.
Para o Movimento ProTejo esta é uma “solução onerosa e inócua para reforçar a resiliência hídrica e o estado ecológico do rio Tejo”.
“A solução da barragem do Alvito não tem significância se a compararmos com a distribuição a 100% do caudal anual mínimo já previsto na Convenção de Albufeira com um regime de caudal ecológico regular, contínuo, instantâneo e medido em m3/s, de acordo com a sazonalidade já expressa nos caudais trimestrais da Convenção. Esta distribuição do caudal anual mínimo da Convenção de Albufeira asseguraria um caudal de 45 m3/s no trimestre de verão, mais do que o dobro do máximo de 20 m2/s da contribuição da barragem do Alvito proposta pelo Ministério do Ambiente, em especial quando este cenário com barragem do Alvito apenas acresce 6 m3/s ao caudal máximo do cenário sem barragem (14 m3/s), evitaria a degradação dos ecossistemas aquáticos que estão na base da sustentação da Vida e o desbarato de 500 M€ do bolso dos contribuintes em obras hidráulicas desnecessárias (360 M€ barragem e 100 M€ do túnel).”
Recorde-se que o ministro do Ambiente e da Acão Climática, Duarte Cordeiro, afirmou esta terça-feira que a construção da barragem do Alvito e a reutilização de águas tratadas para a agricultura são duas soluções importantes para o reforço da resiliência hidrográfica do Tejo.