
Portugal regista subida mais acentuada dos preços da eletricidade doméstica na UE, revela Eurostat
Portugal registou a subida mais acentuada dos preços da eletricidade para uso doméstico no segundo semestre de 2024, com um aumento de 14,2 % face ao mesmo período de 2023, segundo dados do Eurostat divulgados esta terça‑feira. Esta variação resulta, em grande parte, da eliminação gradual de reduções fiscais e subsídios, do agravamento dos encargos de rede em 18 países da UE — que cresceram quase 9 % em termos homólogos — e de ligeiros acréscimos nos impostos, apesar da descida geral dos custos de energia e fornecimento.
No conjunto da União Europeia, o preço médio para as famílias fixou‑se em 28,72 € por 100 kWh, praticamente estável face aos 28,89 € do semestre anterior. A Alemanha manteve o valor mais elevado (39,43 €), seguida pela Dinamarca (37,63 €) e Irlanda (36,99 €), enquanto a Hungria (10,32 €), Bulgária (12,17 €) e Malta (13,01 €) registaram os níveis mais baixos. Em termos de poder de compra padrão, os valores oscilaram entre 41,00 PPC na República Checa e 14,33 PPC em Malta.
Gás doméstico em ascensão
No gás para uso residencial, os preços médios com impostos subiram para 12,33 € por 100 kWh no segundo semestre de 2024 — o nível mais alto desde 2008 — refletindo sobretudo o reforço da tributação após a retirada das medidas de alívio fiscal pós‑crise energética de 2022. Em Portugal, o custo em poder de compra padrão situou‑se em 16,60 €, entre os mais elevados da UE. A Suécia apresentouse com 18,93 €, os Países Baixos com 16,71 € e Itália com 15,86 €, enquanto Hungria (3,20 €), Croácia (4,60 €) e Roménia (5,40 €) continuaram nos patamares mais baixos. Para consumidores não domésticos, os preços sem IVA passaram de 6,16 € para 6,24 € por 100 kWh e sem impostos de 5,30 € para 5,41 €, com apenas dois Estados‑membros a reportarem subidas, contrastando com 21 que beneficiaram de reduções devido à diminuição dos custos de energia e fornecimento.