Portugal vai demonstrar o potencial da energia offshore híbrida
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Portugal vai demonstrar o potencial da energia offshore híbrida

Com o objetivo de mostrar benefícios da produção de energia contínua, aproveitando fontes de energia complementares, incluindo vento, sol e ondas, os dados obtidos a partir do parque eólico offshore, situado ao largo de Viana do Castelo em conjunto com os produzidos pelo parque de energia das ondas, situado ao largo da Aguçadoura, vão permitir perceber o potencial de conjugar ambas as tecnologias de produção.

 

Esta demonstração integra-se no projeto europeu de 45 milhões de euros de energia marinha EU-SCORES (European SCalable Offshore Renewable Energy Sources) que vai fazer uso, pela primeira vez, do potencial em larga escala dos sistemas solares, eólicos offshore e das ondas, através da instalação de dois demonstradores na Europa, um em Portugal e outro na Bélgica.

 

A abordagem híbrida criará um sistema de energia mais resiliente e estável, com maior capacidade de produção e a um custo mais baixo por MWh (Megawatt-hora). A implementação do parque híbrido será articulada com o estudo de integração de outros vetores energéticos, como a produção de hidrogénio verde, cuja viabilidade de exploração será analisada do ponto de vista técnico e económico no decurso do projeto.

Em Portugal, um parque de energia das ondas de 1,2 MW da empresa CorPower Ocean Lda, será instalado ao largo da Aguçadoura, o que permite obter dados científicos relevantes para análise, dada a proximidade ao parque eólico offshore. Ao largo de Viana do Castelo, e no âmbito do projeto, será ainda instalado um hub que permite, entre outras, a possibilidade de ligação de um parque de 10MW de energia das ondas, tirando partido da infraestrutura submarina existente.

 

“A abordagem híbrida permitirá um fornecimento de eletricidade mais confiável e constante, já que temos diferentes fontes de geração de energia, e uma fonte pode compensar a outra quando a produção de uma delas for insuficiente. A utilização em simultâneo de infraestruturas elétricas críticas e a exploração de metodologias avançadas de operação e manutenção do parque híbrido, apoiada por sistemas autónomos inovadores, também trará benefícios ao nível da redução de custos por MWh”, afirma Bernardo Silva, investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência INESC TEC, um dos parceiros portugueses do projeto.

 

As demonstrações do projeto -além do caso português existe também a demonstração belga, onde será instalado um sistema fotovoltaico offshore de 3 MW da Oceans of Energy num parque eólico fixo- apoiarão a estabilidade e resiliência do sistema energético europeu, acautelando ao mesmo tempo a sustentabilidade e os ecossistemas existentes.

 

Fazem parte do projeto três instituições portuguesas: EDP, INESC TEC e WavEC, que irão contribuir na definição da solução e sua implementação, assim como na monitorização das estruturas e toda a biodiversidade marítima, por forma a determinar os impactos inerentes à instalação deste tipo de estruturas. Os parceiros portugueses irão contribuir também no desenvolvimento de estratégias de controlo para a operação e de gestão de ativos para a operação otimizada dos parques híbridos, assim como na simulação da participação deste tipo de parques em ambiente de mercado de energia elétrica.

 

O projeto recebeu um financiamento de 45 mihões de euros do programa de investigação e inovação Horizonte 2020, no âmbito do programa Green Deal da União Europeia.

 
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