Reconversão dos terrenos da Siderurgia e da Quimiparque está a ser definida
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Reconversão dos terrenos da Siderurgia e da Quimiparque está a ser definida

Oito meses e meio é o prazo estimado para a conclusão do plano de pormenor para a área da antiga Siderurgia Nacional (SN), no concelho do Seixal, com base num estudo de ordenamento e paisagístico encomendado pela autarquia. Também para os terrenos da Quimiparque, no Barreiro, está em curso a elaboração de um plano estratégico que deverá ser divulgado em Outubro, apurou o AmbienteOnline.

O estudo que faz a caracterização da área da SN, a que o AmbienteOnline teve acesso, traça novas orientações a nível urbano e ambiental. São propostos novos usos do solo para seis áreas, abarcando um total de 537 461 hectares (ha).

«A reorganização da SN passará naturalmente pela reorganização do tecido urbano e, das actividades aí instaladas. Esta reorganização não deverá descurar o facto da área de estar tradicionalmente vocacionada para a actividade industrial», lê-se no estudo.

Assim, uma das áreas industriais prevê-se a sua reclassificação como área de equipamentos, comércio e serviços, o que implicará, nomeadamente, a descontaminação e reabilitação da Lagoa da Palmeira. Outra das áreas industriais identificadas deverá passar a zona de protecção paisagística, mediante a valorização da envolvente urbana. Para aqui perspectiva-se a criação de um pólo educacional, que deverá ocupar as antigas instalações da SN. Nos terrenos deverão ainda nascer novas áreas de expansão urbana unifamiliar e multifamiliar, bem como uma área industrial e corredor rodoviário e ferroviário.

Quanto aos resíduos que ao longo de 40 anos foram gerados pela actividade siderúrgica, «espera-se que a curto prazo a maioria destes detritos venham a ser colocados num aterro controlado de resíduos, minimizando-se o forte impacte negativo que tem associado», refere o documento. Na maioria dos casos, os resíduos encontram-se a céu aberto em terrenos da Siderurgia Nacional – Empresa de Serviços e Urbindústria, assim como na Lagoa da Palmeira, encontrando-se alguns no interior de armazéns.

Ao todo o passivo ambiental decorrente da operação da SN – Serviços ascende às 1 351 375 toneladas, das quais 123 463 toneladas são resíduos não perigosos, 1 026 502 toneladas são inertes, 3 189 toneladas são perigosas e 198 221 toneladas são inertes e não perigosas. Acrescem ainda 182 993 toneladas de resíduos resultantes da desactivação da SN – Serviços, das quais 168 963 toneladas são inertes e as restantes classificadas como perigosas.

O processo de descontaminação passará pela execução de sistemas de extracção e tratamento de água nos locais dos piezómetros situados na zona do parque de óleos I e II, na zona de sinterização e na zona da fábrica de subprodutos da coqueria. Está ainda previsto executar um sistema de confinamento da zona do vazadouro I e II. Os solos serão ainda libertados dos resíduos que ali se foram acumulando. Um aterro de resíduos industriais, a valorização de subprodutos e o tratamento de solos contaminados por materiais orgânicos são ainda soluções previstas.

Segundo fonte da Câmara Municipal do Seixal, «o investimento a realizar e as fontes de financiamento deverão ser apurados no quadro de elaboração do plano de pormenor».

O evento WaterFront Expo, cuja organização cabe este ano à cidade de Lisboa e que está agendado para o próximo mês de Outubro, será o palco para a apresentação do plano estratégico para os terrenos da Quimiparque, soube o AmbienteOnline.

Segundo a Quimiparque, que tem vindo a estudar a situação dos terrenos através de análises e sondagens, são cerca de 160 a 170 ha a área com focos de contaminação. «Estes serão corrigidos quando estiver definida uma nova utilização da área e em função dos tipos de usos de solo», declarou. No parque industrial do Barreiro da Quimigal estão, segundo números do Instituto dos Resíduos de 2003, mais de 52 mil toneladas de resíduos perigosos, lamas provenientes de metalurgias do zinco.

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