Secil pronta para co-incineração de RIP dentro de quatro dias
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Secil pronta para co-incineração de RIP dentro de quatro dias

Dois a quatro dias é o tempo que a Secil precisa para tornar novamente operacional a co-incineração de resíduos industriais perigosos (RIP) na cimenteira do Outão, referiu hoje Carlos Abreu, administrador da Secil, na apresentação à imprensa do respectivo estudo de impacte ambiental (EIA), que vai entrar em discussão pública entre hoje e amanhã e por 30 dias úteis.

A capacidade para co-incinerar 56 mil toneladas de RIP por ano, traduzindo-se a queima destes combustíveis alternativos numa poupança energética que pode ir até aos 40 por cento. A co-incineração vai render à cimenteira entre três a quatro milhões de euros por ano, estimou Carlos Abreu, «se os gestores destes resíduos nos derem matéria para queimar», alertou. Os RIP derivados de hidrocarbonetos, mais conhecidos por lamas de fundo de tanque activas e combustíveis derivados de resíduos vão ser alvo de tratamento por co-incineração nesta cimenteira. Tentando desmistificar a polémica à volta da co-incineração de RIP, José Manuel Palma, o coordenador do novo EIA, elaborado numa parceria com sete empresas, nacionais e internacionais, com a ideia de que «um resíduo só é perigoso antes de ter um tratamento adequado.» Apesar disso, a Secil, mesmo tendo autorização para co-incinerar solventes, optou por não fazê-lo porque estes resíduos «são líquidos, inflamáveis e difíceis de se confinar», concluiu a mesma fonte.

A actividade pode, no entretanto, parar outra vez, lembrou Carlos Abreu, que, o ano passado, já teve de interromper a co-incineração na cimenteira, por decisão do tribunal. Aliás, uma das providências cautelares, interposta pelos três municípios locais sobre as eventuais consequências para a saúde pública e o ambiente, continua na barra dos tribunais. Mas o principal argumento jurídico, relativo à dispensa de EIA e suspensão da co-incineração de RIP, já está resolvido. «Essa providência cautelar foi agora revogada pelos tribunais, o que quer dizer que podemos reiniciar a co-incineração na nossa cimenteira a partir de hoje», clarificou Carlos Abreu. «Apesar de termos sido dispensados de apresentar um EIA, tomámos a iniciativa de o fazer durante o período em que a actividade da co-incineração teve suspensa. Agora, se os tribunais vierem a decidir que para se fazer co-incineração é necessária a elaboração do EIA, já o temos feito», concluiu.
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