A hora dos carros eléctricos?
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A hora dos carros eléctricos?


Encontrar um veículo eléctrico nas estradas portuguesas ainda não é tarefa fácil. Mas, já este ano, Portugal deu um salto nesta matéria ao tornar-se, em 9 de Julho, num dos mercados mundiais onde serão introduzidos os modelos de veículos eléctricos da aliança Renault-Nissan, graças a um memorando de entendimento que o Governo português assinou com o grupo.
 
A marca vai comercializar veículos eléctricos em larga escala para os consumidores portugueses a partir de 2010. Com a assinatura da parceria, o primeiro-ministro, José Sócrates, diz que Portugal está na linha da frente na área dos veículos eléctricos, juntamente com a Dinamarca e Israel.
 
Será esta a hora dos veículos eléctricos? Satisfeito com este protocolo, Robert Stüssi, presidente da Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico (APVE), espera que o mesmo tenha um desfecho diferente do Compromisso Lisboa "Mobilidade e Tecnologia: Que Políticas Para o Amanhã?". Assinado em 2001, o compromisso visava a criação de competências técnicas e de iniciativas de conhecimento nas áreas das tecnologias dos veículos de emissões reduzidas, mas que acabaria por «morrer rapidamente».
 
Numa conjuntura em que os problemas ambientais e de energia, impõem a procura de soluções alternativas, projectos de raiz implantados em Portugal no domínio dos veículos eléctricos rodoviários podem ser uma oportunidade a não perder para a afirmação do País, em que a industria automóvel é considerada como um sector-chave para o desenvolvimento da sua economia. De qualquer modo, lembra Robert Stüssi, ainda não se sabe onde vão ser produzidos os veículos da Renault-Nissan. «No início a produção será pequena, por isso, é difícil ter fábricas espalhadas por vários países», refere.
 
Marcas atentas aos veículos eléctricos
 
A comercialização em massa desta tecnologia inovadora está prevista para 2050. As marcas Toyota e Honda agarraram o pioneirismo da tecnologia plug-in (ligação à corrente associada a baterias de lítio). Contudo, «entre anunciar um novo veículo e a sua entrada no mercado, que não é sinónimo de penetração, ainda vai uma distância de 10 anos», elucida Robert Stüssi.
 
De qualquer modo, têm sido vários os fabricantes de automóveis a anunciar projectos nesta área. O Grupo Chrysler apresentou recentemente três protótipos de automóveis eléctricos: Dodge EV, Jeep Wrangler EV e um monovolume Chrysler EV. A fase de experimentação prevê que 100 unidades do desportivo Dodge EV circulem nas estradas já no próximo ano, ao serviço do governo americano, antes de avançar para produção, em 2010.
 
A PSA Peugeot Citroën e a Mitsubishi anunciaram, em Junho, um acordo para dar início a um estudo de viabilidade acerca de uma cooperação técnica alargada no campo das motorizações eléctricas. O projecto prevê o desenvolvimento, a construção e a integração de motores eléctricos em veículos citadinos. Para o grupo automóvel francês este acordo insere-se no plano estratégico para 2010-2015, que aposta neste tipo de veículos. No caso da Mitsubishi é, igualmente, um seguimento da sua estratégia, já materializada com o desenvolvimento do i-MiEV, o qual chegará ao mercado japonês em 2009.
 
Ao longo dos próximos meses, a BMW vai fazer vários testes em carros movidos a electricidade. Para o efeito, centenas de automóveis Mini estão a ser preparados para fazer as respectivas experiências. «Este passo vai permitir que o grupo BMW ganhe um conhecimento mais aprofundado do que é usar automóveis eléctricos», salienta Norbert Reithofer, director de serviços da BMW.
 
Por sua vez, a Audi pretende construir veículos eléctricos dentro de dez anos. Ainda a título de exemplo, a Lotus Engineering criou uma nova divisão de pesquisa e desenvolvimento dedicada exclusivamente aos veículos eléctricos e aos híbridos. Também a General Motors criou um novo departamento de engenharia que se ocupará da implantação das tecnologias de veículos híbridos, eléctricos com extensor de autonomia e de baterias avançadas.
 
Apesar do interesse cada vez maior demonstrado pelos fabricantes, «ter uma solução comercial no mercado leva vários anos», alerta Robert Stüssi.
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