
ambiente
Alstom prossegue diáspora na Índia com inauguração de centro tecnológico
A
Alstom Hydro inaugurou, na passada terça-feira, um centro de
tecnologia e investigação para a hidroelectricidade na
Índia, na cidade de Vadodara, onde a empresa tem uma unidade
de produção de turbinas e geradores, com o objectivo de
reforçar a sua capacidade de resposta à crescente
procura de energia hidroeléctrica por parte do mercado
indiano.
De
acordo com Srinivasa Raghavan, economista indiano, cerca de 60 por
cento da população rural da Índia não tem
acesso a electricidade, o que torna a energia num dos maiores
constrangimentos do país. A principal fonte de energia
disponível é o carvão, que representa 80 por
cento.
O
centro inclui um laboratório de teste de modelos de escala da
turbina Pelton, o modelo mais utilizado na Índia, uma vez que
é o mais adaptado às condições
hidrológicas do país. «A Índia é o
maior mercado para as turbinas Pelton, uma vez que tem altas quedas
de água com pouco volume», explicou Luiz Hercus,
director operacional da Alstom. O laboratório tem uma das
maiores capacidades de teste no mundo, e inclui igualmente um
equipamento de testes para a abrasão provocada pela areia,
outra das características da água naquele país.
«Focando-nos
nas questões específicas do mercado indiano
hidroeléctrico, o novo centro global de tecnologia de Vadodara
permitirá que a Alstom desenvolva produtos e tecnologias
altamente inovadores e integrados, quer para projectos novos, como
para projectos de reabilitação. Este centro é
essencial para reduzir o tempo de entrega dos produtos para as
hidroeléctricas e tecnologias, respondendo às contantes
mudanças das necessidades dos clientes», disse Philippe
Cochet, presidente da Alstom Hydro.
Tirar
partido do florescimento do mercado indiano
Até
2013 a Índia quer instalar mais 400 mil MW de potência.
«A Índia representa 60 por cento do mercado mundial de
energia e 20 por cento do mercado hidroeléctrico. Não
há como escapar», afirmou Philippe Joubert, presidente
da Alstom Power. A empresa anunciou ainda que ganhou um contrato para
a construção da central hidroeléctrica de Lower
Jurala, no rio Krishna. O contrato, no valor de 78 milhões de
euros, foi fechado com a Andhra Pradesh Power Generation Corporation.
A
unidade de Vadodara será responsável pela execução
do projecto, incluindo o design, pelo fabrico, abastecimento,
instalação, teste e comissionamento de seis unidades de
geradores de turbinas bolbos com uma capacidade 40 MW cada. O
projecto deverá estar concluído nos próximos
cinco anos.
A
empresa francesa anunciou ainda, na passada segunda-feira, a formação
de duas joint ventures com a empresa indiana Bharat Forge,
para a criação de uma fábrica de produção
de turbinas, geradores e outros componentes eléctricos, como
transformadores de calor. Na primeira joint venture, que
inclui as turbinas e os geradores, a Alstom terá 51 por cento
do capital e a Bharat Forge 49 por cento, enquanto na segunda joint
venture para outros componentes a Bharat terá a maioria e
a Alstom 49 por cento.
A
unidade terá capacidade para 5000 MW por ano, através
da produção de componentes entre 600 e 800 MW, para
carvão e vapor e, se o mercado crescer, também para
nuclear.
Em
2012 deverá sair da fábrica o primeiro gerador.
«Encontrámos o melhor parceiro para desenvolver o nosso
negócio na Índia», disse Philippe Joubert. No
mesmo dia a Alstom assinou um memorando de entendimento com a
Faculdade de Engenharia de Nova Deli. O objectivo da parceria é
capacitar profissionais locais para trabalhar na companhia e
estreitar as relações entre a empresa e a universidade,
que constitui um importante centro de tecnologia no país.