
ambiente
Aníbal Fernandes: «Política energética futura não poderá ser arredada do contexto ambiental»
No rescaldo da inauguração das três últimas
fábricas de componentes eólicos em Viana do Castelo, antes do prazo
estabelecido, o presidente do consórcio Eneop analisa, em entrevista ao jornal Água&Ambiente,
o actual contexto energético mundial.
Aníbal Fernandes sustenta que a independência energética
da Europa passa pela implantação de políticas de eficiência energética e pela promoção
dos seus recursos endógenos. «A política energética futura não poderá ser
arredada do contexto ambiental. É impensável poder continuar-se a utilizar os
recursos energéticos com os níveis actuais de emissão de gases com efeito de
estufa. Se hoje isto já tem tradução económica nos custos de produção, será
inevitável que no futuro seja determinante para as escolhas energéticas»,
refere.
Para o responsável, a independência energética da
Europa passa necessariamente pela implantação de «verdadeiras políticas de
eficiência energética e pela promoção dos seus recursos endógenos, nomeadamente
as energias renováveis».
No que toca a Portugal, Aníbal Fernandes destaca a nova
regulamentação dos edifícios, a tributação diferenciada dos automóveis, a implantação
da microgeração e a continuação da promoção das energias renováveis. Excluída
deverá, na sua opinião, continuar a energia nuclear. «A tecnologia nuclear
actualmente disponível no mercado mundial não passa de uma carta fora do
baralho: é economicamente inviável, altamente insegura e, considerando as
externalidades, a mais poluente das formas de produção de electricidade».
Por essa razão, advoga, até que seja encontrada
solução para o «catastrófico problema da armazenagem dos resíduos radioactivos,
para as gravíssimas falhas de segurança, bem como para os incomportáveis custos
integrados de produção, não há qualquer razão inteligente para que seja
reconsiderada».