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ambiente
Nunes Correia: «Fizemos mais do que propagandeámos»
Reforma, consolidação e maturidade são
as três palavras escolhidas por Francisco Nunes Correia para definir os quatro
anos à frente da pasta do ambiente. Apesar de estar próximo do fim de mandato
enquanto ministro do Ambiente, há medidas que o governante não abdica de ver
implantadas, pelo menos, em parte.
Uma das prioridades vai para as novas
empresas para o abastecimento de água em baixa, cujo processo Nunes Correia
gostaria de ter em marcha antes de sair da Rua de O Século. No que toca à
erradicação das sucatas ilegais, que segundo o governante já se cifra em mais
de 50 por cento do total, o desejo é de que as mesmas desapareçam por completo
antes de cessar as suas funções.
Destaque merece também o Polis Litoral,
que o ministro do Ambiente espera que já tenha algumas realizações nessa data,
expressando também o desejo de lançar um quarto projecto, para além os três já
existentes: Ria Formosa, Ria de Aveiro e Norte. O projecto de conservação do
lince-ibérico é outra das medidas que Nunes Correia quer ver concretizadas. O
centro de recuperação desta espécie já está concluído e entrará em
funcionamento neste mês, em Silves, um investimento que atingiu os 7 milhões de
euros.
Mercado organizado dos resíduos até fim do mandato
Mas as prioridades não se ficam por
aqui. Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente, realça também a
necessidade de alavancar o programa das Compras Públicas Ecológicas,
nomeadamente a aquisição de novos veículos, que terá início a curto prazo. O
governante relevou ainda que uma das prioridades é colocar em marcha os
Programas de Execução das Medidas para a
Qualidade do Ar em Lisboa e no Porto, bem como dos projectos do Fundo Português
do Carbono.
O Mercado Organizado de Resíduos, que
recebeu sete propostas, é outra das medidas que «tem sérias probabilidades de
estar concluída até ao fim do mandato», com especial destaque para a
regulamentação do fluxo dos óleos alimentares usados.
Na sessão de balanço dos quatro anos de
actividade à frente do seu ministério, Nunes Correia é peremptório: «Fizemos
mais do que propagandeámos», fazendo referência às constantes acusações de ser
um ministro «discreto» demais. «Fomos um ministério contido mas sólido, o que
não significa que não tenhamos feito um conjunto de profundas reformas e um
intenso trabalho em todas as áreas». O ministro mostrou-se satisfeito e gratificado
com o trabalho realizado.
Reforma da legislação da água como marco
Como principais feitos alcançados,
Nunes Correia realça a profunda reforma da legislação relativa à água (a Lei da
Água, o novo regime económico-financeiro, a criação das Administrações das
Regiões Hidrográficas), o início de funcionamento dos Centros Integrados de
Recuperação e Valorização de Resíduos Industriais Perigosos a par da
co-incineração, os planos de ordenamento das áreas protegidas, o saneamento de
todas as dívidas do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade e a
criação dos três instrumentos essenciais para o combate às alterações
Climáticas: o Plano Nacional para as Alterações Climáticas, a participação no
Comércio Europeu de Licenças de Emissão, o Plano Nacional para Atribuição de
Licenças de Emissão e o Fundo Português de Carbono.
O ministro do Ambiente lembrou ainda
que os dois primeiros anos de governo «foram anos de grande austeridade
financeira e ainda sem o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)», o
que poderá ter marcado a vida do ministério. No entanto, realçou, foram
preparados os documentos que serviram de base sólida para aplicar o QREN: o
Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais, o
Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos II e a Estratégia Nacional
para os Efluentes Agro-Pecuários e Agro-Industriais.
Durante o mandato, Nunes Correia
relevou ainda a reformulação da política de receitas do ministério, com a
criação do Fundo de Intervenção Ambiental, do Fundo de Protecção dos Recursos
Hídricos, do Fundo de Conservação da natureza e Biodiversidade e do Fundo
Português de Carbono, e a criação de 178 mil hectares de Zonas de Protecção
Especial.