Governo pede reformulação do projecto da refinaria de Balboa
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Governo pede reformulação do projecto da refinaria de Balboa

O Governo pediu a Espanha a reformulação do projecto da refinaria Balboa, cuja construção está prevista para Badajoz, a 60 quilómetros da fronteira com Portugal. O ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, divulgou ontem o parecer português sobre o projecto, onde manifesta dúvidas sobre a salvaguarda da qualidade da água do Alqueva e do Guadiana, caso a refinaria avance.

«No que diz respeito à qualidade da água, entendemos que o projecto tal como está formulado, é susceptível de ter impactos significativos sobre as massas de água em Portugal. Dificilmente poderia – a manter-se o projecto tal como está formulado – cumprir as exigências da directiva quadro da água», disse Nunes Correia.

O ministro adiantou, em conferência de imprensa, que comunicou as dúvidas portuguesas ao governo espanhol depois de o parecer português, que não é vinculativo, ter incluído um chumbo e três aspectos condicionados. «Dizemos com veemência: muita atenção à qualidade da água, atenção aos cenários de risco e ao apetrechar de situações que a própria directiva Seveso obriga para cenários de acidentes e, enfim, uma melhor garantia de que a socioeconomia não é afectada, o que se consegue com a eliminação de impactos», sublinhou.

Como alternativa para evitar os possíveis impactes da refinaria nas bacias hidrográficas do Alqueva e Guadiana, o Governo luso propõe, por exemplo, a alteração da solução de descarga dos efluentes industriais, que poderá ser feita para fora das bacias, ou no caso desta ser tecnicamente inviável, poderia ser feita na «massa de água que constitui a origem da água de captação da refinaria». «Portugal entende também ser exigível a adopção de sistemas de tratamento avançados que eliminem ou reduzam significativamente as cargas totais dos poluentes», concluiu o responsável pela pasta do Ambiente.

De acordo com a Agência Lusa, o governo da Extremadura acolheu hoje com «satisfação» o relatório português. «Avaliámos com satisfação este relatório. É o último relatório importante que faltava, depois dos restantes das regiões autónomas, organismos afectados e a consulta pública», disse José Luis Navarro, conselheiro de Indústria, Energia e Ambiente da Junta da Extremadura. «Tudo isso está já no Ministério do Ambiente e os técnicos têm agora todos os elementos para redigir a declaração de impacto ambiental que esperemos esteja pronta nos próximos meses», sublinhou.




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