Empresas desenvolvem contadores do futuro
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Empresas desenvolvem contadores do futuro

Fabricantes, distribuidores e produtores têm concentrado esforços no desenvolvimento, em Portugal, de soluções mais eficazes de telecontagem. EDP, Efacec, Logica, Janz e Mota-Engil são algumas das empresas que estão a apostar nesta área.
 
Um dos projectos mais emblemáticos em curso é o InovGrid, desenvolvido pela EDP Distribuição, e do qual fazem parte entidades como a Janz, Efacec, Logica, Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (Inesc Porto) e a EDP Inovação.
 
O projecto tem um investimento inicial de 70 milhões de euros em redes inteligentes de distribuição e na instalação de 200 mil Energy Box, ou seja, de contadores que permitem saber na hora e "em casa" o consumo de energia registado até ao momento, bem como as evoluções verificadas no passado.
 
InovGrid entra em demonstração tecnológica
 
Após uma fase inicial de especificação e desenvolvimento de protótipos, o  InovGrid está, neste momento, a iniciar a fase de demonstração tecnológica. Em curso encontra-se a  instalação, e posterior monitorização, de sete DTC (distribution transformer controller) e de 500 Energy Box. A segunda etapa consiste na instalação e acompanhamento de 50 mil contadores. O inicio desta fase deverá avançar ainda em 2009, adianta fonte da EDP ao AmbienteOnline, e implica um investimento de 15 milhões de euros.
 
O restante investimento será feito na automação e modernização da rede de distribuição. Está ainda previsto o alargamento da fase de demonstração para uma dimensão maior em função do financiamento que se venha a conseguir.
 
Segundo a EDP, o InovGrid visa «muito mais do que simplesmente realizar operações de telecontagem». O projecto é o veículo para definir e implantar o modelo de rede eléctrica do futuro, a qual será uma rede mais inteligente, que irá gerir grandes volumes de informação. Deste modo, permitirá uma penetração mais forte de energias renováveis e de microgeração, bem como do transporte eléctrico no País, e a implantação de medidas activas de eficiência energética. No entanto, será um roll-out progressivo da infra-estrutura, «dando passos seguros que minimizem o risco tecnológico e operacional».
 
SUIT quer envolver todas as utilities
 
Atento ao evoluir do mercado está também o consórcio SUIT (Sistema Universal Independente de Telecontagem), impulsionado por Pedro Sampaio Nunes, e que envolve a ISA, a SIBS e, mais recentemente, a Mota-Engil. A ideia é que se possa constituir como o operador logístico de mudança de comercializador, uma entidade prevista na lei, com a missão de gerir a mudança de comercializador e os contadores, depois da liberalização do mercado da electricidade. No entanto, o objectivo é envolver as diversas utilities (electricidade, gás e água).
 
O SUIT, como sistema de telemetria multi-utilidade, pode contribuir essencialmente para a indução da mudança de comportamento dos consumidores, ao dar informação sobre os consumos em tempo real, permitindo aos consumidores compreender o impacto dos seus comportamentos na factura e na qualidade energética dos seus equipamentos.
 
Por outro lado, para os operadores, o conhecimento em tempo real dos consumos permite um despacho muito mais ajustado à curva da procura, detecta fraudes sobre os sistemas de contagem e, finalmente, permite introduzir sistemas de pré-pago que resolvem os problemas das cobranças difíceis.
 
No caso deste projecto, o custo é suportado pelo consórcio e recuperado através de uma concessão com um período suficientemente largo, tipicamente 20 anos, mantendo-se os custos actuais durante o período de substituição dos contadores. A medida permite que as poupanças obtidas por uma muito superior eficiência energética compensem o ligeiro sobrecusto, que, de qualquer modo, será cobrado aos operadores, libertando-os dos custos actuais associados à gestão e manutenção do parque de contadores.
 
ISA e Logica na vanguarda
 
A Logica é uma das empresas com trabalho nesta área. Além de participar no InovGrid, participando na definição dos requisitos tecnológicos do projecto, desenvolveu para a EDP um sistema de gestão de leituras (23 mil clientes com telecontagem e 6 milhões com itinerários e leituras manuais), que suporta o mercado liberalizado de electricidade em Portugal. Por outro lado, desenvolveu o Smartering, uma solução que endereça as redes inteligentes de distribuição de electricidade com capacidades avançadas para monitorização, controlo e gestão.
 
Em Portugal a empresa constituiu um Centro Internacional de Competências em Utilities, aproveitando a sua experiência tecnológica em soluções de telecontagem.
 
Já a ISA, empresa portuguesa de telemetria e gestão remota, é uma das empresas nacionais que tem vindo a investir no desenvolvimento de produtos na área da telecontagem. Em Portugal já instalou 1000 contadores e, no estrangeiro, 14 mil.
 
«Esperamos ainda este ano duplicar o número de instalações», diz Catarina Fonseca, directora de marketing e comunicação da empresa. Presentemente a empresa está a melhorar a solução iMeter, uma solução dedicada à eficiência energética, que permite obter informação sobre os consumos de electricidade, gás e água, fazer uma gestão inteligente dos consumos, detectar fugas e utilizar o telemóvel para desligar electrodomésticos através de bluetooth.
 
Referindo ainda outros exemplos, só este ano a Janz espera colocar no mercado  250 mil contadores inteligentes. Em Portugal já comercializámos cerca de 11 000 contadores ao nível da média tensão, que estão a operar em telegestão, e ao nível residencial já comercializámos cerca de 150 mil que estão a ser instalados pela EDP», Adriano Mendes, gestor de marketing da Janz.
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