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ambiente
Biodiversidade em declínio
A biodiversidade está a desaparecer a um ritmo
alarmante. As perdas e a fragmentação de habitats causadas pelo
desbravamento das florestas e de zonas naturais para habitação, estradas e
agricultura, a drenagem de zonas pantanosas, o desvio dos rios para a
agricultura e a diminuição dos peixes do mar são as causas principais desta
perda de biodiversidade.
Apesar das preocupações demonstradas pelos
Governos de vários países, travar a perda da biodiversidade
até 2010 – a meta definida no âmbito da iniciativa pan-europeia Countdown 2010 – é um objectivo
que está longe de ser alcançado. Após 17 anos desde a adopção da Directiva
Europeia de Habitats, direccionada
para a protecção de habitats naturais
e vida selvagem na Europa, uma análise da Comissão Europeia, publicada neste
mês, mostra que 65 por cento dos habitats
e 52 por cento das espécies estão em estado de conservação mau ou desfavorável,
denunciando um risco crescente de perda de biodiversidade.
«Não vamos conseguir travar a perda de
biodiversidade talvez porque o objectivo também é muito alto. Mas às vezes
temos que estabelecer objectivos elevados, para atingirmos metas mais pequenas,
e diria que os objectivos pequenos foram atingidos com alguma
sustentabilidade», declara o presidente do Instituto de Conservação da Natureza
e da Biodiversidade, Tito Rosa, ao AmbienteOnline.
Mas há ainda outro
problema. «A maior ameaça ainda é a insensibilidade à perda da biodiversidade»,
observa Tito Rosa.
Em Portugal o cenário não é mais risonho do que na Europa e o problema vem à tona numa altura em que se aproxima o Dia Nacional da Conservação da Natureza (28 de Julho).
Em Portugal o cenário não é mais risonho do que na Europa e o problema vem à tona numa altura em que se aproxima o Dia Nacional da Conservação da Natureza (28 de Julho).
Para
Henrique Miguel Pereira, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, «é
muito difícil inverter a tendência de perda da biodiversidade, mas é possível
diminuir a taxa de perda». O especialista alerta para o facto de se continuar a
aumentar a pressão sobre os ecossistemas naturais da Europa com novas
infra-estruturas.
Ambientalistas
criticam novas barragens
Em Portugal algumas
das infra-estruturas que mais polémica têm levantado prendem-se com os
empreendimentos hidroeléctricos a construir no âmbito do Programa Nacional de
Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, apresentado pelo Governo em
Outubro de 2007.
«Como é
que se fazem dez barragens para gerar electricidade quando o Governo assinou o
acordo Countdown 2010, onde se comprometeu a proteger a biodiversidade e a
parar a sua perda?», questiona Eugénio Sequeira, da LPN – Liga para a Protecção
da Natureza.
«As
barragens vão pôr em causa 60 por cento dos recursos de água doce em Portugal»,
avisa