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Expo Energia 2009: 4ª edição do evento mobiliza sector
Um dos eventos nacionais
mais marcantes do sector da energia arranca hoje. Debates
quentes, ideias inovadoras, soluções comprovadas, tecnologias e
produtos revolucionários são alguns dos ingredientes prometidos
para a Expo Energia 2009. O AmbienteOnline acompanha a 4ª
edição do evento, a partir do Núcleo Central do Taguspark, em
Oeiras, de 17 a 19 de Novembro.
Entre
as temáticas a abordar no certame encontra-se a Estratégia Nacional
para a Energia, o Plano Nacional de Acção para a Eficiência
Energética, o 3.º Pacote
Legislativo sobre o Mercado Interno de Energia, bem
como a Estratégia
Nacional para as Alterações Climáticas.
Organizada
pelo grupo About Media e pelo Água&Ambiente, a Expo Energia 2009
engloba, além do Fórum da Energia, sessões técnicas de perfil
mais prático, e um Espaço Tecnologia e Inovação.
Entrevista
Donald Lack:
«Principal benefício da poupança de energia em
edifícios está no retorno»
O
evento conta com a participação de Donald Lack, responsável do
Instituto britânico da Energia para as
East
Midlands, cuja intervenção dedicada aos sistemas
de monitorização municipal de energia, está incluída no tema
“Responsabilidade e eficiência energética nas
cidades”. O AmbienteOnline
falou com o especialista e dá a conhecer algumas das suas ideias.
Quais
os principais problemas que tem identificado na monitorização do
consumo de energia?
Quando se começa a monitorizar um
edifício em termos de consumos de energia e de água, em tempo real,
é identificada uma série de questões que têm de ser equacionadas,
nomeadamente, perdas de água; equipamentos ligados sem que estejam a
ser utilizados; falta de manutenção; uso excessivo de água e
energia em pequenos períodos do dia; conflito entre sistemas de
aquecimento e de arrefecimento; ou excesso de dados recolhidos.
Ora,
primeiro o engenheiro tem de investigar estas questões para depois
perceber as causas dos problemas na monitorização e interpor acções
correctivas para resolver esses problemas. Depois, através da
monitorização das acções positivas e das poupanças registadas,
as medidas são justificadas e o sucesso registado. No entanto, a
maioria dos instaladores de sistemas de monitorização não têm
sequer previsto o acompanhamento dos sistemas, o que considero vital.
Os
principais problemas em matéria de consumos de energia está em
organizações privadas, edifícios públicos ou pequenas e médias
empresas?
A
gestão no sector público tem uma estrutura muito pesada, por isso,
não é fácil chegar à pessoa responsável por este tipo de
decisões. Além disso, muitas vezes os departamentos entram em
conflito com os seus próprios serviços e não compreendem porque é
necessário monitorizar os consumos de energia e água. Os
investimentos nestas e noutras áreas são analisados por
departamentos individuais, em detrimento da responsabilidade
corporativa. Os compromissos estatutários são sempre prioritários
relativamente a opções como a energia, a água ou o carbono, que
ainda não estão nas agendas políticas destas entidades.
A
maioria das entidades privadas tendem agora a concessionar os
serviços relativos à gestão de edifícios a empresas que, muitas
vezes, falham em aproveitar as vantagens decorrentes dos sistemas
inteligentes de medição e da monitorização da água e energia.
Sem a identificação em tempo real destes consumos é muito difícil
identificar os desperdícios e as baixas performances.
E
relativamente às PME?
Relativamente às PME,
estas não têm, muitas vezes, conhecimentos suficientes para aplicar
este tipo de investimento. Hoje, são poucas as que sabem quanta
energia e água necessitam para desenvolver os seus produtos e
negócios e que benefícios poderiam obter com a monitorização dos
consumos. No entanto, também se verifica que alguns dos melhores
resultados em matéria de poupança é obtido na gestão feita por
PME.
O
principal benefício da poupança de energia em edifícios, além da
poupança em si, está no retorno, a curto prazo, do investimento
efectuado nos equipamentos de monitorização e controlo, mas só se
essa monitorização for feita em tempo real. Aí sim, os
investimentos são mínimos com o tempo e os benefícios são enormes
em termos financeiros e de redução de emissões de carbono.
Provar que uma organização está a poupar água
e energia é, hoje, uma importante responsabilidade social e
corporativa.
Na sua opinião, a
certificação energética de edifícios é determinante para a
mudança de comportamentos de poupança?
A
certificação é crucial no que respeita a identificar oportunidades
para melhorar a performance energética de um edifício e melhorar a
sua eficiência. No Reino Unido, a certificação permitiu
estabelecer uma «norma» sobre o comportamento energético de um
edifício quando é vendido ou arrendado. Os edifícios do sector
público, por exemplo, com mais de 1000 quadrados são obrigados a
produzir relatórios progressivos dos consumos. A ideia é fazer
perfis, o que é bom, mas ainda temos um longo caminho no sentido de
motivar o cliente a investir na redução dos consumos de água e
energia, tornandos-os edifícios mais eficientes.