
ambiente
De onde vêm os pinheiros de Natal?
Em
época de Natal, rara é a habitação que não tem um pinheiro
decorado a rigor, fazendo gala ao período festivo que se aproxima.
Entre pinheiros verdadeiros e árvores artificiais, os consumidores
muitas vezes hesitam na hora de escolher a opção mais sustentável.
Apesar de serem escassas as informações sobre a proveniência de pinheiros naturais, a maior parte das árvores vendidas em grandes superfícies vêm de viveiros, nacionais e internacionais, refere Domingos Patacho, da Quercus. O problema, para o responsável, surge quando as árvores são cortadas de forma a ser impossível a sua manutenção após a época natalícia.
Muitos dos pinheiros vendidos neste período são também resultado de desbastes na floresta. «Não quer com isto dizer, obviamente, que se deva cortar indiscriminadamente. Mas se for resultado de um planeamento, faz parte da gestão da floresta», explica Joana Faria, engenheira florestal da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (Anefa).
Através
deste procedimento de desbaste, as árvores que menos se
desenvolveram são cortadas selectivamente para que haja uma
redistribuição do potencial produtivo do povoamento de pinheiros.
As árvores que não forem cortadas, terão espaço para se
desenvolverem melhor, com menos competição por terra e ar.
Os
dois especialistas acreditam que a maioria dos pinheiros comprados no
Natal não provém de abates ilegais, mas sim de viveiros ou de
desbastes com corte selectivo. Contudo, não existem dados concretos
do número de abates ilegais de pinheiros praticados.
Consumo
de pinheiros naturais diminui
Mas
será o pinheiro natural ainda uma presença assídua na casa dos
portugueses nesta altura? De acordo com a percepção de Domingos
Patacho, cada vez se compram menos árvores naturais. A crise
financeira é o motivo à cabeça, mas há outros. «As pessoas têm
cada vez mais sensibilidade, mais informação e optam por não
comprar um pinheiro natural, até porque depois não têm forma de o
replantar», sublinha o responsável da Quercus.
Perante
este cenário, a preferência pelas árvores artificiais, «a opção
menos má», tem subido, comenta Domingos Patacho.
O
responsável lembra um episódio, de 2008, bem característico desta
época festiva. Depois do Natal, uma grande superfície contactou a
Quercus para avaliar o interesse da organização em replantar os
pinheiros que ficaram em stock. Contudo, o destino das mais de
cem árvores não foi voltar à terra. O mau corte dos pinheiros
levou a que fosse impraticável esta estratégia, um desperdício
para o qual alerta Domingos Patacho.
Dinamarca
lidera exportação de pinheiros
A
nível europeu, a Dinamarca é o principal exportador de pinheiros.
Dos seus cerca de cinco milhões de habitantes, 4 mil são produtores
florestais.
Em
média, a Dinamarca produz cerca de sete milhões de pinheiros para
venda, em cada ano, de um total de 50 milhões postos à venda no
mercado europeu. Apenas 500 a 700 mil árvores dinamarquesas são
compradas no mercado dinamarquês, sendo o restante exportado para a
Alemanha (que compra mais de metade dos pinheiros) e para os
restantes países europeus.