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ambiente
2009: a mudança no Ministério do Ambiente
2009
foi um ano marcado por eleições legislativas, realizadas em 27 de
Setembro, que mantiveram o actual primeiro-ministro à frente do
País. A pasta do ambiente ganhou, no entanto, uma nova equipa
ministerial. Dulce Pássaro sucede a Francisco Nunes Correia à
frente do ministério da Rua d’ O Século. A nova titular da pasta
do Ambiente terá de avançar com os dossiers que não foram
finalizados pelo seu antecessor até 2009, ano em que as áreas da
água e resíduos foram das mais dinâmicas do sector, com vários
diplomas a saírem finalmente do plano das intenções.
No
sector da água, depois de sucessivos
adiamentos, a aguardada publicação da legislação relativa ao
reforço das competências da entidade reguladora tornou-se realidade
em Outubro. A agora Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e
Resíduos – antigo Instituto Regulador de Águas e Resíduos -
passa a abranger cerca de 500 entidades, quando anteriormente o
universo se circunscrevia a 60.
O
nascimento de novas sociedades gestoras foi outro dos marcos de 2009.
Até agora estão duas parcerias formalizadas. Aveiro e Alentejo
estão na linha da frente, mas, em breve, novas parcerias poderão
surgir.
Embora
a fusão de sistemas seja sempre um dos temas em cima da mesa ao
longo dos anos, as mesmas tardam em avançar. É o
caso da constituição da Águas do Noroeste, através da fusão da
Águas do Cávado, Águas do Minho e Lima e Águas do Ave.
O
nascimento do mercado organizado
Mais
fácil foi a constituição da Resinorte, que resultou
da fusão da Rebat, Resat e Residouro. A marcar passo continua o
processo de fusão entre a Valorsul e a Resioeste .
Apesar
de se esperar que já tivesse sido concretizada até ao final de
2008, o ano de 2009 deverá terminar sem que o processo tivesse sido
finalizado.
Pelo
contrário, o dossier do Mercado Organizado de Resíduos (MOR) ficou
fechado. Qualquer entidade que
queira apresentar uma plataforma negocial para resíduos pode
fazê-lo, desde que reúna os requisitos necessários.
Ainda
no capítulo dos resíduos, foi finalmente concluído o diploma sobre
valorização agrícola de lamas e a proposta de Estratégia para os
Combustíveis Derivados de Resíduos viu também a luz do dia. O
objectivo é valorizar os refugos como recurso, minimizando a
deposição de resíduos em aterro.
Solar
térmico em destaque na energia
Sem
o anúncio de projectos megalómanos como ocorreu em anos anteriores,
a área da energia vai ser lembrada pelo boom
da
certificação energética – embora a falta de peritos tenha sido
um dos temas a assombrar o sector - e pela aposta no solar térmico.
A
este respeito, o Governo lançou uma campanha que permite a qualquer
pessoa que queira instalar um painel solar em sua casa para aquecer
água pagar apenas 55 por cento do investimento.
Apesar
dos avanços que têm ocorrido nesta área, existe ainda um longo
caminho a percorrer, sobretudo ao nível da eficiência energética.
Portugal não cumpriu, por exemplo, a meta estabelecida no Plano
Nacional de Acção para Eficiência Energética (PNAEE) de reduzir o
consumo energético em cerca de um por cento anualmente. Em 2008, o
País só conseguiu poupar 119 mil tep, ou seja, abaixo dos 160 mil
tep que a meta exige.
2009
foi também o ano da apresentação por parte da AdP da
estratégia para a maximização dos recursos endógenos. Até 2014,
serão investidos 834 milhões de euros, esperando-se que naquele ano
o Grupo Águas de Portugal esteja a produzir 1600 Gwh de energia
renovável, o equivalente a 3 por cento da energia eléctrica
consumida em Portugal, em 2009.
Copenhaga:
acordo mas pouco
A
finalizar o ano, na conferência de Copanhaga sobre alterações
climáticas não foram anunciados os resultados desejados. Os
países desenvolvidos e em desenvolvimento não chegaram a acordo. a
reunião que ficou marcada por uma série de protestos, polémicas
que levantaram a suspeita em torno da veracidade das previsões
científicas sobre o impacto das alterações climáticas, e uma
«desavinda» entre países desenvolvidos e em desenvolvimento,
ficou-se por um acordo não vinculativo, sem metas de redução de
emissões especificadas e muitas dúvidas relativamente às
negociações do protocolo pós-Quioto.
Em
Portugal, o anterior ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia,
tinha prometido apresentar a Estratégia Nacional de Adaptação às
Alterações Climáticas antes de terminar a legislatura, e cumpriu a
promessa. O documento traça para já as linhas orientadoras para
«reduzir a vulnerabilidade e aumentar a capacidade de resposta» do
País aos impactes das alterações climáticas. As medidas concretas
de adaptação serão depois apresentadas pelos grupos de trabalho
definidos para cada um dos sectores vistos como «estratégicos».
Ao
nível do litoral, outra das áreas estratégicas, e que poderá ser
muito afectada pelas alterações climáticas, a Estratégia Nacional
para a Gestão Integrada da Zona Costeira publicada em Diário da
República a 8 de Setembro deste ano, e define medidas e objectivos
para a valorização e protecção do litoral. Mas, para alguns
especialistas, o documento não é uma
verdadeira estratégia nacional.