AIE alerta para abrandamento de melhoria da eficiência energética global
A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou para o abrandamento, em 2023 e 2024, da melhoria da eficiência energética global, ponto-chave na luta contra as alterações climáticas.
Esta eficiência, que aumentou a um ritmo de 2% por ano entre 2010 e 2019, um valor que se repetiu em 2022, após um intervalo devido à pandemia, foi de apenas 1% em 2023 e vai permanecer ao mesmo nível este ano, afirma a AIE, num relatório publicado esta quinta-feira, no site da Agência.
O documento, divulgado por ocasião do início da cimeira do clima COP29, que decorre de 11 a 22 de novembro, em Baku, Azerbaijão, lembra que a COP28 terminou há um ano com um compromisso de quase 200 países para duplicar coletivamente a melhoria da eficiência média global até 2030.
O relatório acrescenta que, durante este ano, vários governos que representam 70% da procura global de energia adotaram ou reforçaram medidas para aumentar a eficiência energética, mas insiste que "a implementação deve acelerar" para alinhar as políticas "com os objetivos climáticos".
A AIE recorda que os investimentos globais em eficiência energética apenas vão aumentar 4% em 2024, para 660 mil milhões de dólares (cerca de 614 mil milhões de euros), depois de terem aumentado 50% desde 2019.
O relatório assinala que as tecnologias e as políticas para duplicar a eficiência energética global "já existem", mas é necessária uma política integrada que inclua normas, informação e incentivos para uma aplicação generalizada.
“A eficiência energética é um pilar fundamental das transições energéticas seguras, acessíveis e inclusivas. A AIE está a trabalhar mais do que nunca com os governos de todo o mundo para garantir que continua a ser uma prioridade política de topo”, afirma o Diretor Executivo da AIE, Fatih Birol, citado em comunicado.
“Felizmente, as políticas e tecnologias para acelerar o progresso da eficiência estão prontamente disponíveis hoje em dia, e muitos governos estão a dar passos importantes. O que esperamos ver agora são respostas políticas mais rápidas e mais fortes em todo o mundo”, conclui.