ANP|WWF apela à não construção de novas barragens sem análise de custos e benefícios
No Dia Nacional da Água, que se assinala hoje, 1 de outubro, a ANP|WWF apela ao Governo, empresas e sociedade civil para que apostem no restauro fluvial e na saúde dos nossos rios, o que passa não só pela remoção de barreiras fluviais obsoletas como também pela não construção de novas barragens sem antes fazer uma avaliação dos seus custos, benefícios e impactos ambientais.
“O restauro de ecossistemas de água doce acontece quando recuperamos ambientes aquáticos que foram degradados ou destruídos, com o objetivo de restabelecer a biodiversidade e as funções desses habitats. O restauro procura não apenas reparar ecossistemas degradados, mas também assegurar que estes se auto sustentem a longo prazo. Um ecossistema saudável e resiliente será capaz de sustentar a vida selvagem, assegurar um ciclo natural da água e fornecer benefícios contínuos para as pessoas”, afirma Maria João Costa, coordenadora de Água da ANP|WWF, citada em comunicado enviado às redações.
A ANP|WWF salienta ainda a importância de remover fontes de poluição, recuperar margens e habitats ribeirinhos e reintroduzir plantas e animais nativos.
“Para além de as espécies de água doce serem as que estão em maior declínio (a redução da biodiversidade de água doce atingiu os 83% desde 1970), a recém-aprovada Lei do Restauro da Natureza da UE exige que os Estados-membros restaurem pelo menos 25.000 km de rios de curso natural na Europa até 2030. Não podemos continuar a ignorar a ciência. A prioridade do nosso governo deverá ser um restauro eficaz dos nossos rios”, reforça Maria João Costa.
Recorde-se que, no âmbito do Dia Nacional da Água, a ANP|WWF lançou uma nova factsheet intitulada ‘Da Nascente até à foz: a importância de restaurar os nossos rios’, que visa alertar a sociedade para este tema.