
APA avalia demolição de ensecadeiras no rio Côa
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) está a analisar a possível remoção das ensecadeiras do rio Côa, em Vila Nova de Foz Côa, um processo que considera “tecnicamente exigente” e que requer estudos, avaliação ambiental e licenciamento, segundo declarações à agência Lusa.
A demolição destas estruturas integra a estratégia “Água que une”, lançada pelo Governo em março, e está a ser avaliada em articulação com a Fundação Côa Parque e a Associação Rewilding Portugal, noticiou a Lusa. A APA garantiu ainda que foram consultadas entidades para avaliar os efeitos sobre os sítios arqueológicos do Vale do Côa.
Para Aida Carvalho, presidente da Fundação Côa Parque, esta intervenção é “a medida mais impactante” para proteger as gravuras rupestres com mais de 25 mil anos. Já o arqueólogo Miguel Almeida alerta que a construção das ensecadeiras, nos anos 90, acelerou “50 vezes” a degradação das gravuras.
Este plano de demolição teve início a 31 de julho de 2023, quase três décadas depois da suspensão da barragem de Foz Côa, motivada pela descoberta de arte rupestre. As estruturas temporárias, segundo os promotores do projeto, continuam a dificultar o curso natural do rio, gerando impactos ambientais, culturais e económicos.