Apagão que afetou Portugal e Espanha começou em Espanha e não podia ser evitado na fronteira, afirma REN

O recente corte de eletricidade que impactou Portugal e Espanha teve origem em território espanhol e, devido à sua intensidade, não foi possível impedir que o apagão se propagasse até Portugal, revelou esta quinta-feira João Conceição, administrador executivo da REN, durante um seminário em Lisboa dedicado à segurança do abastecimento energético, noticiou a agência Lusa.

De acordo com a notícia da Lusa, João Conceição afirmou que, apesar da gravidade do incidente, os mecanismos previstos para reduzir o impacto do corte, como a interrupção seletiva de consumo, funcionaram corretamente. No entanto, “a dimensão do problema foi tão violenta que não há meios de o conter na fronteira”, explicou. O responsável enfatizou que a REN e o setor em geral cumpriram todas as suas obrigações, afirmando que “o setor todo fez o trabalho de casa”.

Durante o encontro, Conceição sublinhou ainda a transformação do setor energético, que se tornou mais complexo e “democrático”, já que muitos consumidores também produzem energia. Por isso, destacou a importância de continuar a investir na transição energética para prevenir futuras falhas no sistema. “É fundamental desenvolver soluções de armazenamento não só do ponto de vista técnico, mas também económico e de mercado”, acrescentou.

A E-Redes destacou que o restabelecimento da eletricidade ocorreu num prazo “muito bom comparado com padrões internacionais” e indicou que no momento do incidente tinha 600 técnicos mobilizados para resposta rápida.

Lembre-se que a REN e a E-Redes entregaram esta quarta-feira ao regulador ERSE um relatório sobre o apagão, solicitando que o evento seja reconhecido como “excecional”. Esta classificação poderá influenciar as decisões sobre compensações financeiras aos consumidores afetados, podendo isentar ou reduzir a obrigação de pagamento.